Ah, essa terrinha...

Autora: Maria José Resmer  

Imagine você ouvir a orientação abaixo, ao pedir informação sobre como chegar a determinado local.

"É muito fácil. Basta seguir em frente, até a próxima rotunda, e então virar à esquerda. Mas tome cuidado, pois se vierem muitos autocarros você pode perder a mão, e então será preciso dar marcha a trás, e usar o parque do posto de serviços. Preste atenção também aos peões, pois estes não costumam usar a passadeira neste trecho, assim como os miúdos, o que torna o trânsito complicado. Porém, como você irá nesse belo descapotável, não tem problema. Difícil seria se você fosse de comboio, metro ou de eléctrico. A maneira mais fácil seria ir de pendura, mas aí precisaríamos de uma moto ou bicicleta, sendo aqui importante cuidar com os possíveis despistes".

Pois é, foi difícil entender o que o gajo dizia, mas conseguimos chegar ao nosso destino.

Aproveitamos então para usar o telemóvel e convidar uns amigos para tomar uma bica na cafetaria próxima. Como fazia tempo que não nos víamos, um deles disse que devíamos esperá-los junto ao estofo da cafetaria, e que estaria vestindo fato e camisa aos quadrados.

Chegando lá tínhamos a intenção de pedir um galão bem claro acompanhado de um belo prego. Mas, como não conseguimos localizar a área de não fumadores, desistimos então deste estabelecimento e nos dirigimos à casa de sandes mais próxima. Procuramos, ainda, marcar um novo encontro para o dia seguinte, e para nossa surpresa, o mesmo se daria em frente a charcutaria da esquina, exatamente ao lado do talho, pois nossos amigos queriam experimentar algo diferente dos tantos perceves que haviam comido ultimamente.

Pois é, você já entendeu que estávamos falando com portugueses, no país da nossa língua mãe.

Notas do "tradutor":