Benedito de Assis Gomes

Conheci o Assis antes de entrar na CELEPAR, quando ele coordenava o CPD da CR Almeida, creio que por volta de 71 ou 72. Já nessa época ele era o bom da informática em Curitiba. 

Mais tarde, nossos caminhos se cruzaram aqui mesmo. Nunca trabalhei diretamente com ele, mas é impossível estar na mesma empresa por 26 anos com uma pessoa tão fina e gentil sem ficar marcado.

Dou a palavra aos que mais de perto conviveram com ele. O Maurício contou que logo que entrou na CELEPAR fazia parte de um grupo de programadores que trabalhavam juntos sob a coordenação do Assis. Por estarem todos na faixa dos 20 e poucos anos, gostavam de um som da pesada. Trabalhavam ouvindo rádio em uma altura, digamos educadamente, um pouquinho acima do usual em ambientes de trabalho.

Um belo dia, o vizinho (sempre os vizinhos!) do andar de cima resolveu reclamar daquele absurdo. Entrou pisando firme no 9.andar, onde este caso se deu, e resolveu ir falar com o chefe que vinha a ser o próprio: o Assis. Não se sabe muito bem o que rolou na conversa, mas só que o vizinho saiu pisando mais firme ainda e de cara mais amarrada. A conversa, ao que tudo indicou, tinha sido infrutífera. Parecia que ele fora buscar lã e saíra tosquiado.

Só bem mais tarde, e com a música um pouco mais baixa, se soube que a resposta do Assis foi mais ou menos nesses termos:

- Os meninos não estão trabalhando direito?

- Não estão cumprindo com suas obrigações sem nada faltar?

- Então, relaxe e deixe os meninos ouvirem a musiquinha deles, que não atrapalha tanto assim.

Outra lembrança, esta do Heitor, é da época em que o Assis comemorava com a equipe as festas de Natal na sua casa. Era a gentileza e acolhimento dele e da família que a todos marcava. Os panetones da mulher que eram distribuídos aos participantes até hoje são lembrados.

Enfim, todos já devem ter percebido que este texto é uma despedida. De fato, o Assis nos deixou no último fim de semana. O processamento do orçamento do Estado do Paraná vai ter de se haver, daqui para a frente, sem a presença do maior especialista em orçamento público que já andou por aqui. Nossos pêsames aos familiares e a certeza de que a CELEPAR fica mais pobre sem a presença do "seu" Assis, como era conhecido pelos mais jovens.

Transcrevo o texto enviado pelo nosso Diretor Técnico, Danilo Scalet falando em nome da Diretoria da CELEPAR, a respeito:

"Foi com tristeza que recebemos a notícia do falecimento do nosso colega Benedito de Assis Gomes, ou, como era para muitos, do "Chefe Assis".

Superado o primeiro impacto da sua partida, cabe-nos um registro, in memoriam, do reconhecimento do trabalho por ele desenvolvido na CELEPAR. Foram 26 anos de dedicação, ocupando posições de destaque na vida organizacional e participando de relevantes projetos e atividades, sempre credenciado por sua forma agradável de ser e pelo seu grande conhecimento do processo orçamentário, contábil e financeiro do Estado.

Assim, fica registrado o reconhecimento e, certamente, a eterna e carinhosa lembrança de mais uma pessoa que ajudou a escrever parte da história da CELEPAR.

A Diretoria