CELEPAR mais presente na vida do cidadão paranaense

O entrevistado deste mês é o novo presidente da CELEPAR. Novo no cargo e não na empresa. Na verdade, o economista Lucio Alberto Hansel já compõe a diretoria executiva da CELEPAR há sete anos. Lucio, desde 1995, respondia pela diretoria administrativa-financeira.

Indicado pelo governador Jaime Lerner para o cargo de presidente da CELEPAR, o nome de Lucio foi referendado, no último dia 22 de janeiro, pelo Conselho de Administração, presidido pelo secretário de Estado de Governo José Cid Campêlo Filho.

Desta maneira, iniciou-se uma nova etapa na vida deste gaúcho que desde os 19 anos está radicado em Curitiba. Com seu jeito simples e objetivo de ser, Lucio conquistou o apoio e a confiança dos funcionários.

Com a palavra, o presidente da CELEPAR, Lucio Alberto Hansel.

BB - Qual a sua opinião sobre a utilização, cada vez maior, do computador pela sociedade. E para o senhor, como o computador entrou na sua vida?

É irreversível. A sociedade de hoje exige cada vez mais informação em tempo real. Podemos dizer ainda que a informática é vista como sinônimo de eficácia, agilidade, segurança e transparência administrativa. Neste sentido, mais do que nunca está presente no dia-a-dia de todas as pessoas, quer nas pequenas ações, como em tarefas mais complexas.

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A sociedade exige cada vez mais informação em tempo real.

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Imaginar a sociedade moderna sem computador é o mesmo que retrocedermos ao período anterior à luz elétrica. Ao meu ver, o que deve ser feito, é colocar, cada vez mais, os benefícios desta tecnologia ao alcance direto do cidadão.

Em relação à segunda etapa da pergunta, devo dizer que toda a minha educação ocorreu ainda dentro dos moldes tradicionais. Não tive, até porque isto é extremamente recente, um aprendizado embasado nas novas tecnologias de comunicação.

O meu contato inicial com a informática se deu dentro do próprio ambiente de trabalho, nos idos dos anos 80, o mais comum naquela época. A aquisição do computador era praticamente inacessível, se comparado aos nossos dias.

BB- Quando criança temos grandes sonhos, seja de ser médico, artista ou até jogador de futebol. Quais eram os seus sonhos? Eles foram realizados ou somente idealizados? Ser um executivo competente e de sucesso está neste lista?

Sou natural de Cerro Largo, Estado do Rio Grande do Sul. Filho de família numerosa, ao todo são 10 irmãos e, desde cedo, pela educação recebida dos meus pais, aprendi a importância do trabalho e a responsabilidade sobre a vida. Porém, isto não inibiu que tivesse uma infância e uma adolescência, que só de lembrar de várias passagens, fico bastante emocionado.

Aos 19 anos vim para Curitiba, onde resido até hoje. Como todo jovem, um sonhador. Quem não almeja, ainda dentro da pureza da própria idade, um mundo melhor para si e para as demais pessoas.

Sou avô, pai e marido. Só aí, três grandes sonhos realizados. Se não fui um jogador de futebol, sou, enquanto atleta de arquibancada, atual campeão brasileiro.

Procuro, através do clube de serviço ao qual sou vinculado e de ações isoladas, desenvolver um trabalho social. E quanto ao ser um executivo competente e de sucesso... posso afirmar que sou privilegiado por ocupar o principal posto de uma das melhores empresas de informática do País.

Meu propósito firme é, a cada dia que passa, fazer o melhor possível pela CELEPAR e pelo Governo do Paraná. Quanto ao competente e de sucesso, troco estas duas palavras por outra: Trabalho, ou melhor, muito trabalho.

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Meu propósito firme é, a cada dia que passa, fazer o melhor

possível pela CELEPAR e pelo Governo do Paraná.

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BB- O senhor é uma pessoa bastante querida e respeitada na empresa. Em sua atuação como diretor administrativo-financeiro da CELEPAR, o que considera pontos fortes e conquistas para empresa e empregados?

Tomei posse como diretor administrativo-financeiro da CELEPAR em 02 de janeiro de 1995, na primeira gestão do governador Jaime Lerner. Integrei, com muita satisfação, uma diretoria composta pelo presidente Francisco Krassuski e pelo diretor técnico Danilo Scalet.

Em fevereiro do ano passado, saiu o Krassuski e entrou o Mário Edson Fischer, então secretário de Estado da Integração Regional. Em janeiro último, fui eleito pelo Conselho de Administração para presidir a CELEPAR e, em meu lugar, assumiu o Gilmar Santos Pereira, ex-diretor geral da Secretaria de Integração Regional.

Iniciei desta forma, para dizer que a unidade de pensamento na diretoria da empresa nos dois governos Jaime Lerner é um ponto que deve ser destacado. A CELEPAR, em sua história, tem na constante alternância de poder uma de suas marcas. Isto, por si só, significa, em muitos casos, rápidas mudanças de rumo e uma certa descontinuidade administrativa.

O planejado ontem, nem sempre era colocado em prática hoje. Felizmente, o governador Jaime Lerner, para o êxito de uma gestão de governo, manteve a espinha dorsal e a filosofia inalteradas. Portanto, ponto para a CELEPAR.

No âmbito mais doméstico, a nossa política de pessoal. Poucas são as empresas que possuem um programa tão amplo que permite a qualificação funcional (especialização, mestrado e doutorado), além de um grande incentivo na formação do terceiro grau e no aprendizado de outros idiomas.

O fortalecimento da Fundação CELEPAR e a criação da Previcel, que é o fundo de pensão privado de aposentadoria, são duas ações concretas que esta diretoria tem orgulho de ter participado diretamente.

Quanto, como diz no início da pergunta, ser uma pessoa bastante querida e respeitada na empresa, se isto for verdade, acredito que se deve basicamente a valores que aprendi desde muito jovem: Respeito pelo próximo e humildade.

BB- Fale-nos um pouco sobre o Fundo de Aposentadoria da empresa.

Quando chegamos em 1995 na CELEPAR, a empresa já vinha realizando estudos para sua implantação. Sou funcionário de carreira da URBS, empresa que gerencia o transporte coletivo de Curitiba, e sei o quanto uma aposentadoria assegurada, garante hoje o bom desempenho do funcionário e o valoriza quando na inatividade.

A empresa, ao meu ver, não pode apenas pensar no funcionário em atividade. É muito importante que ela seja parte interessada e co-responsabilizada pela qualidade de vida numa etapa futura, a chamada aposentadoria.

BB- Ainda sobre o fundo de aposentadoria, o que mudou do planejamento feito há 5 anos? Quais os riscos de desequilíbrio financeiro para este fundo?

O sistema de previdência privada no Brasil, dada a sua importância, uma vez que acumula recursos na ordem de mais de 10% do PIB, vem sofrendo várias mudanças, notadamente nos últimos dois anos. Podemos citar: Taxação com IR sobre rendimentos de aplicações financeiras, mudança de tabelas de mortalidade, alteração de idade para aposentadoria, etc., sendo que todas estas alterações, de uma forma ou de outra, podem interferir no equilíbrio atuarial do fundo.

Estes são, portanto, os riscos que, por outro lado, exigem dos gestores maior competência e criatividade para buscar fórmulas de melhorar a rentabilidade dos ativos. Isto a diretoria da Previcel vem fazendo com competência, o que nos tranqüiliza quanto ao equilíbrio que vem se mantendo anualmente.

BB- Como a indicação para diretor presidente da CELEPAR foi recebida e o que mudou na sua relação com a empresa?

Se de um lado o novo fascina, do outro ele também desafia.

O cargo, pelo cargo, não me fascina. Sei, como todo homem público, que estou presidente e que esta posição é temporária. Confio plenamente na competência dos meus pares de diretoria e nos funcionários da CELEPAR, que são meus parceiros para o sucesso desta nova missão.

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Sei, que estou presidente e que esta posição é temporária.

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A CELEPAR é um desafio, um grande e belo desafio. O desafio sim, este me motiva e muito. Renova as minhas energias. Sou um homem prático e de realizações.

A minha relação com a empresa continua sendo a mesma. Mudei apenas de sala. No mais, continuo sendo o mesmo: Simples, com muita vontade de trabalhar e com uma imensa gratidão e respeito por todos os que me apoiam nesta tarefa diária de levar a informática pública cada vez mais perto do cidadão paranaense.

BB- Das diretrizes implantadas e idealizadas pela diretoria anterior, o que muda?

Muda, sim, a forma de agir. Cada dirigente tem o seu modo pessoal de administrar. Mas enquanto filosofia de ação, a linha permanece a mesma.

É muito importante que as pessoas saibam que acima da diretoria executiva existe um Conselho de Administração, um quadro de acionistas e o Governo do Estado, como o acionista majoritário. O governo é o mesmo. Portanto, as diretrizes centrais permanecem inalteradas. Muda a perspectiva de tempo, que num primeiro momento se encerra no final de dezembro. Em função de 2002 ser um ano eleitoral, a atual diretoria tem muito claro que todas as ações devem ser pautadas no sentido de possibilitar que a CELEPAR passe esta transição política, das muitas que passou em 37 anos de existência, de uma maneira fortalecida e bem estruturada.

BB- O projeto de interiorização da CELEPAR continua? De que forma?

Não só continua, como será fortalecido e ampliado. No ano passado, o Programa CELEPAR na Comunidade atingiu a marca de 17,5 mil pessoas que tiveram o primeiro contato com o computador e a Internet, isto dentro de um universo de quase 50 municípios no interior do Estado.

Agora, na primeira semana de março, estamos dando a largada do programa em 2002. Os números projetados são bastante otimistas, tanto em termos da população atingida, como dos municípios atendidos.

E não é só: Existe agora o e-Prefeituras, um banco de dados com informações de interesse dos administradores públicos municipais, acessado via Internet, que a CELEPAR estará disponibilizando às prefeituras.

A nossa meta é chegar ao final do ano com todos os 399 municípios paranaenses atendidos. Além disso, a CELEPAR está pronta para prestar consultoria aos municípios.

Na minha avaliação, 2002 será o ano em que a CELEPAR, definitivamente,consolidará sua atuação no interior do Estado.

BB- Destaque alguns pontos fortes/ oportunidades x riscos/pontos fracos da CELEPAR, decorrentes da relação com o governo, bem como, o posicionamento da empresa diante do contexto político e econômico do Estado?

A CELEPAR é uma empresa de economia mista de capital fechado, cujo acionista majoritário é o Estado do Paraná. Portanto, as mudanças políticas, principalmente de alternância de poder no Palácio Iguaçu, sede do governo, têm os seus reflexos internos.

Riscos, todos inerentes à conjuntura política e econômica. Pontos fortes: 37 anos, entre outros. Não a idade em si, mas o capital intelectual acumulado. Posso falar, na condição de membro da Associação Brasileira de Empresas Estaduais de Processamento de Dados (ABEP), que a CELEPAR é referência nacional de informática.

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A CELEPAR é referência nacional de informática.

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BB- Qual é o posicionamento estratégico que a CELEPAR deve ter, independente do contexto governamental, em relação aos seus clientes internos e externos?

Ser útil ao cidadão. Acreditar que é útil ao cidadão. Provar que é útil ao cidadão. E, por fim, o cidadão, a razão da existência da empresa, constatar que a CELEPAR está presente no seu dia-a-dia, melhorando a sua qualidade de vida.

BB- Dentro das limitações que cercam a CELEPAR, o que é possível realizar para se obter mais mercado e novas fontes de renda?

Antes de participar desta entrevista, estive reunido com um grupo de professores e estudantes do Curso de Informática da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Na conversa informal, foram surgindo idéias, sugestões que podem ser implementadas.

A isto dou o nome de parceria. Na verdade, uma relação onde duas partes se unem para ganhar, e este deve ser o objetivo.

A aproximação da empresa, com todo seu potencial, dos vários segmentos da sociedade, com certeza, abrirá novos mercados e oportunidades de  renda para a CELEPAR.

BB- Como o senhor analisa a postura da CELEPAR nestes 37 anos de existência, frente aos aspectos: Avanço tecnológico, mudanças no mercado, capital intelectual e negócio da empresa?

Meu universo de CELEPAR se restringe aos últimos sete anos. Os 30 anteriores conheço de história e boas estórias que me são contadas.

Quando falamos em tecnologia da informação, o hoje fica facilmente obsoleto. Ao mesmo tempo em que a CELEPAR é refém da rápida evolução tecnológica, esta, por si só, também é um diferencial positivo da empresa.

Não com a mesma rapidez que a tecnologia, o mercado está mudando. A reserva de mercado das empresas públicas de informática já não é assegurada como no passado. A concorrência neste setor está crescendo geometricamente. O governo, na ótica da iniciativa privada, passou a ser um ótimo mercado, que a cada dia vem sendo mais disputado.

A concorrência está aí, batendo à nossa porta. Estas mudanças vão pôr à prova um discurso internamente bastante propagado: Da eficácia e da excelência do capital intelectual da empresa.

Acredito no sucesso da CELEPAR. Acredito no futuro da CELEPAR. A minha crença tem uma razão lógica: A história de 37 anos de sucesso da empresa e a competência e o preparo de seus funcionários.

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Acredito no sucesso da CELEPAR. Acredito no futuro da CELEPAR.

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