A Celepar avança

Autor: Luiz Fernando Esteche

 

Do fim das terceirizações das atividades-fins da empresa ao desenvolvimento de sistemas que servem de modelo para as demais entidades de tecnologia de informação na área pública, a Companhia de Informática do Paraná, a Celepar, é hoje uma empresa estratégica para um dos principais objetivos do atual governo paranaense: fazer da informática pública um instrumento de transformação social. A afirmação é do presidente da Companhia de Informática do Paraná, Marcos Vinicius Mazoni, que também já presidiu a Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul e a companhia da capital gaúcha, Porto Alegre. Além de desenvolver soluções para o Governo do Estado na área da informática, a Celepar também atua no programa de inclusão digital da Secretaria de Assuntos Estratégicos, dando suporte tecnológico aos telecentros que estão sendo instalados em várias regiões. Nesta entrevista à Bate Byte, Mazoni faz um balanço destes dois anos e meio em que está à frente da organização, destacando todo o processo de renovação tecnológica que a Celepar está enfrentando, especialmente com a migração de seus sistemas para software livre.

BB - No início do atual governo vários contratos de terceirização da Celepar foram rompidos. Em favor da racionalização de custos, não houve risco de rebaixamento da qualidade dos serviços prestados ou ainda de interrupção de alguns processos fundamentais para o funcionamento da máquina administrativa?

Mazoni - Na verdade o Governo do Estado rompeu com os processos de terceirização porque muitos deles mostravam-se desnecessários ou eram muito onerosos para os cofres públicos. Nem todos eram dentro da Celepar. Muitos eram de terceirizações feitas diretamente pelos órgãos. Tratava-se de projetos ou contratos que estavam ou estão em andamento. A Celepar assumiu a operação dos sistemas que antes eram desenvolvidos por terceiros, anulando qualquer risco de descontinuidade dos serviços. Vale dizer que muitos destes projetos sequer estavam implementados. Assim, não interrompemos nenhum fluxo que estava em implantação. A única terceirização que tinha diretamente na Celepar era relativa a uma atividade-fim da empresa e que nós incorporamos. Insisto: em nenhum momento durante o processo de transição houve risco de interrupção de qualquer serviço.

BB - É possível quantificar a economia proprocionada com o rompimento destes contratos?

Mazoni - Nós tínhamos contratos de R$ 100 milhões, de R$ 6 milhões. Trabalhamos com um universo de R$ 400 milhões em contratos, sabendo que muitos deles tinham a ver com equipamentos, com hardware. Assim, podemos dizer que o mínimo que o Estado economizou foi acima de R$ 200 milhões. Isto, através da incorporação dos serviços que antes eram terceirizados ou simplesmente pela interrupção de projetos que não chegaram a sair do papel, projetos que ainda não estavam sendo executados e que foram reprogramados para serem desenvolvidos diretamente pela empresa.


BB - Quais eram as principais carências da Celepar quando o atual governo assumiu e que medidas foram adotadas para saneá-las?

Mazoni - Nós tínhamos uma infra-estrutura muito aquém das necessidades da empresa. Tanto é assim, que tivemos de substituir a máquina principal duas vezes. Hoje temos uma máquina com o dobro da capacidade em relação àquela que foi adquirida no final da gestão anterior. Estamos agora com uma capacidade de 500 MIPS (milhões de informações por segundo). O parque de servidores também foi duplicado. Todas essas novas máquinas já entraram em operação com novas tecnologias em software livre. Também foi suprida outra carência, a de dar respostas para as novas demandas do Estado. Assim, em vez de terceirizações fizemos um concurso público para incorporar novos e qualificados profissionais à empresa. Enfim, reorganizamos o parque de máquinas, modernizamos a infra-estrutura, criamos um novo ambiente de telecomunicações, desenvolvemos ou costumizamos ferramentas de produtividade em plataforma de software de código aberto. Este é o caso do Framework da Celepar, o mais conhecido de nossos projetos. Também desenvolvemos uma outra solução que possibilitou uma grande expansão para a modernização dos serviços da rede corporativa do Estado, o Expresso Livre, um sistema de correio eletrônico, agenda de eventos e catálogo de endereços utilizado por todos os órgãos estaduais. E mais: passamos a disponibilizar aos nossos usuários outros sistemas em software livre, como o escritório Open Office. São soluções que melhoraram a qualidade dos serviços rapidamente e, o mais importante, a baixo custo.

BB - A atual infra-estrutura da empresa é suficiente para atender todas as demandas governamentais ou ainda é necessário o suporte da iniciativa privada em alguns setores?

Mazoni - É claro que sempre vai haver a necessidade de contratações externas, até porque atualmente temos de dimensionar a Celepar de maneira que ela funcione com uma quantidade menor de projetos. Se fizéssemos uma comparação com o setor de energia elétrica, a Celepar seria uma geradora de base que durante os períodos de picos precisa contratar junto à iniciativa privada. Nós sempre vamos precisar de parcerias. Agora mesmo estamos entrando em um período de pico de serviços, mas até agora não tivemos necessidade de ajuda externa. Todavia, à medida que o Estado vai se modernizando e novas demandas vão surgindo é possível lançar mão de parcerias.

BB - O atual governo criou uma Comissão Especial para avaliar a aquisição de novos sistemas de informações dos órgãos governamentais. O senhor poderia elencar os principais avanços ocorridos a partir da instalação dessa Comissão?

Mazoni - Você se refere à Comissão Estadual de Sistemas de Informática e Telecomunicações, a COSIT. Esse órgão faz com que as soluções possam ser otimizadas entre os agentes do Estado. Os próprios investimentos da Celepar, que é fornecedora de recursos, são feitos por esse órgão. Quem decide onde a empresa aloca os recursos é uma Secretaria de Estado. É a Secretaria de Assuntos Estratégicos que articula as ações de governo no que diz respeito à tecnologia de informação. Em última instância, é o secretário Nizan Pereira quem define o que a Celepar consegue atender e o que vai ser contratado no mercado. Há padrões adotados pelo Governo do Estado e quem apresenta os padrões é a Celepar. Assim, quando o Estado adquire produtos na área da tecnologia da informação, essas compras são feitas de acordo com esses padrões, a fim de que eles possam ser operados. É claro que toda vez que se pensa no papel da COSIT é comum se pensar somente em números, em mais idéias, em milhões de reais, em cópias de software que não foram comprados, no uso de software livre, nos projetos que foram utilizados, no tamanho das máquinas, em toda a infra-estrutura que no final se resume a aplicação de recursos financeiros. Por esse aspecto, muito já se economizou com a COSIT. Mas o principal ganho com a instalação dessa Comissão é a articulação da política da tecnologia da informação entre todos os órgãos de governo.

BB - Uma das principais preocupações de clientes e usuários dos serviços de tecnologia da informação diz respeito à segurança. O que a Celepar tem feito de inovador nessa área?

Mazoni - A própria introdução de software livre permite um trabalho mais forte na área de segurança. Com o sistema operacional Linux instalado nos servidores já estamos conseguindo mais segurança no chaveamento e, conseqüentemente, diminuindo a vulnerabilidade a ataques. Também fizemos uma substituição completa do nosso ambiente de proteção, conhecido como “firewall”, uma espécie de barreira de fogo, que também passou para um sistema de código aberto, o que permitiu aumentar a capacidade de nossa rede interna e maior proteção do ambiente externo, da segmentação à organização das redes. Para a implantação desse sistema de segurança foram necessários novos equipamentos, a substituição dos sistemas operacionais por sistemas mais robustos com a colocação de portas corta fogo na entrada do sistema. Evidentemente que a segurança é o tema do momento e muito ainda tem de ser feito.

BB - A Celepar é uma das principais pontas de lança do software livre no Brasil. Tirando o aspecto ideológico dessa opção, do primado pela liberdade do conhecimento, tecnicamente as soluções desenvolvidas em software livre têm dado respostas superiores aos similares em software de código fechado ou, na sua opinião, a questão política se sobrepõe à questão técnica?

Mazoni - Trata-se de dois pontos que a gente não pode menosprezar. A análise não pode ser só técnica nem só política. Existe a necessidade de responder tecnicamente, mas também tem de ter uma idéia de país, de sociedade. O software livre responde muito bem a esses dois fatores. Nossa plataforma de desenvolvimento, o Framework Celepar, já é considerado como uma das plataformas mais modernas do mundo em desenvolvimento de software. Ela foi desenvolvida toda em software livre e é capaz de gerar novos produtos também em software livre. Portanto, esse tipo de tecnologia tem se desenvolvido rapidamente. Sua concepção é de desenvolvimento coletivo onde as pessoas participam, cooperam entre si. Nós temos conseguido desenvolver aplicações a partir de elementos que já existem no mercado, como é o caso do Expresso Livre, uma ferramenta construída em tempo recorde porque grande parte do conhecimento já veio da comunidade. É claro que no processo de customização foram feitos vários desenvolvimentos, mas também foi aproveitado um conjunto muito grande de códigos. Um outro exemplo: para o desenvolvimento dos sites do Governo Eletrônico utilizamos uma ferramenta conhecida como “Xoops” destinada ao desenvolvimeno de portais, que possuía vários componentes já desenvolvidos em linguagem PHP pelo mundo afora. Esse desenvolvimento teria sido impossível de acontecer no tempo em que aconteceu, e só pôde ser realizado porque usamos a tecnologia do software livre.

BB - O senhor se referiu ao Framework Celepar, um conjunto de ferramentas e componentes para aplicações na plataforma Java. Até que ponto esse projeto será capaz de promover mais produtividade e melhor qualidade no desenvolvimento de portais?

Mazoni - Quando se pensa em reaproveitamento de componentes, ou seja, que um componente que está num sistema possa ser colocado em outro, é evidente que a condição de melhoria é permanente. Isto significa que se eu tenho este componente operando, funcionando, testado e reaproveitado, só isso gera o suficiente para termos mais produtividade, mais qualidade. Afora isto, toda a metodologia de desenvolvimento da Celepar foi repensada e reorganizada de maneira que tenhamos também muito mais produtividade. Então, a lógica mais moderna que tem de desenvolvimento foi incorporada no Framework da Celepar. Muitos frameworks existem por aí, mas temos a certeza de que o nosso segue os padrões mais modernos de tecnologia e é aquele que tem o conceito mais completo de uso de software livre.

BB - A empresa que o senhor dirige vive um momento de transição tecnológica. Isto significa uma mudança profunda de conceito e que envolve novos conhecimentos. Como tem sido a preparação do quadro técnico nesta fase de migração?

Mazoni - Primeiro, é preciso destacar que nossos técnicos estão com um entusiasmo muito grande por poderem desenvolver um produto que é top de linha. Afirmo com certeza que a Celepar tem hoje a melhor equipe. Além disso, a empresa está investindo em capacitação, em treinamento nas novas ferramentas e a introdução do framework tem provocado uma grande movimentação dentro e fora da empresa, já que o projeto conta com a parceria de universidades. O conhecimento de novas tecnologias tem gerado entusiasmo porque todo profissional gosta de estar nos melhores times. E hoje nós conseguimos criar uma sinergia entre o fato da Celepar ser uma ponta de lança no mundo da tecnologia e do software livre e os profissionais que querem estar sempre se colocando nas melhores posições. A introdução de novos profissionais no mercado, a oxigenação da empresa, a certeza de que a Celepar é hoje um polo estratégico para o Governo do Estado é fundamental para o desenvolvimento tecnológico do Paraná, tudo isso é que tem provocado esta movimentação toda. Outro fator que entusiasma é o fato de que temos obtido resultados positivos no que diz respeito ao uso de uma ferramenta em transição, é verdade, mas top de linha. Isto motiva as pessoas e faz com que elas participem do processo de forma mais aguerrida.

BB - Um dos principais temas da última reunião de diretores técnicos das entidades estaduais de tecnologia da informação foi a cooperação na busca de soluções comuns aos Estados. Que tipo de projetos poderiam ser compartilhados e qual forma jurídica seria a mais conveniente para esse tipo de cooperação?

Mazoni - A cooperação, hoje, já seria juridicamente possível em todos os ambientes de governo e até mesmo fora dele. Quando as organizações se colocam numa disposição de se ajudarem e dividirem tarefas, não existe empecilho jurídico algum. Em termos de cooperação tecnológica, vários Estados também possuem figuras jurídicas próprias que amparam esse modelo de sistema. Nós já temos uma experiência na área de turismo, onde existe um portal desenvolvido de forma cooperada entre os Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Antes, a única dificuldade jurídica era padronizar as plataformas de Estado para Estado, passando pela idéia que tínhamos de adquirir essas tecnologias de desenvolvimento. Hoje, as tecnologias desenvolvidas em software livre podem ser adotadas pelos Estados. É o caso que está sendo proposto pela Abep - a entidade nacional que congrega as empresas estaduais -, que está discutindo uma solução do tipo Framework da Celepar para o conjunto dos Estados. Outro exemplo: através desse sistema de cooperação podemos melhorar aquilo que já existe, como é o caso do Expresso Livre, do Xoops e vários sistemas que estão em desenvolvimento, como o da Ouvidoria. São soluções práticas que todos os Estados estão usando. Além disso, eles estão criando novos componentes e nos devolvendo outros. Esta articulação entre as empresas estaduais vai gerar muita produtividade e muita economia.

BB - Um dos objetivos da tecnologia da informação no setor público é a aproximação do cidadão com o Estado, seja através da Internet, seja através das salas de telecomunicações. O senhor acredita que a população já assimilou a necessidade das novas tecnologias para a melhoria das suas condições de vida ou essa necessidade ainda é sentida somente pelos gestores públicos?

Mazoni - Eu acho que precisamos ter políticas públicas que incentivem a população. Se fôssemos esperar que a população entendesse há 50 anos que a educação era uma necessidade do futuro, se achássemos que as pessoas que estavam trabalhando no campo, na lavoura, fossem entender essa necessidade da universalização da educação e não houvesse política pública para isso, a nossa situação educacional seria muito inferior ao que é hoje. O país evoluiu nos últimos 50 anos de uma forma muito rápida na área da educação. Se ainda não é o ideal, não se pode negar que a educação é universal neste país. As pessoas sequer param para pensar se precisam colocar os filhos na escola ou não. Hoje todos sabem que a educação é um direito do cidadão e uma obrigação do Estado. O mesmo vale para a saúde. Então, não precisamos esperar e nem devemos esperar que a população entenda que a tecnologia da informação e, portanto, o conhecimento, é um dos elementos que vai fazer diferença no futuro. Ter políticas públicas de inclusão digital como o Paraná tem hoje é fundamental para qualificar a vida das pessoas. No futuro, o conhecimento vai ser o elemento que vai dividir os que vão ter acesso ao emprego e os que não vão ter oportunidade, entre os que terão acesso à renda e os que ficarão à margem do desenvolvimento. Enfim, ter política pública na área do acesso à informação é uma virtude de quem tem visão de futuro.

BB - A Celepar está propondo às demais entidades estaduais de tecnologia da informação o desenvolvimento cooperado de um software público. Que áreas da administração esse sistema atenderia?

Mazoni - O que estamos propondo é o desenvolvimento de um sistema de informação para o planejamento estadual, municipal e federal, de maneira que haja uma otimização dos programas governamentais em suas diferentes esferas. No caso paranaense, um exemplo é a área de benefícios sociais. Hoje cada pessoa precisa se cadastrar no Programa Bolsa-Escola, no Programa do Leite, no Programa Luz Fraterna, na Tarifa Social da Água. O Paraná evoluiu bastante em seus sistemas de informação fazendo com que o cidadão seja tratado como tal, de maneira completa. E isto é possível através do uso da tecnologia da informação, que é muito mais ágil, mais fácil e os recursos mais controláveis, eliminando desvios. Enfim, nossa idéia é atuar na área do planejamento das ações de governo. O Programa Nacional de Gestão Pública, o PNAGE, já está permitindo a qualificação interna dos Estados em termos de recursos humanos, sistemas econômicos e financeiros. É isto que nos permite falar em software público desenvolvido de forma cooperada e que possa ser aproveitado por todos os Estados para que eles possam conversar entre si. Para tanto, é preciso evoluir em detalhes tecnológicos, mas o importante é que não haja uma restrição de uso do software construído com o dinheiro público.

BB - Além da Celepar, o senhor também preside o Centro Internacional de Tecnologia de Software, o CITS, outra importante entidade de desenvolvimento tecnológico, formação profissional e centro de pesquisas. Qual é a situação do CITS atualmente e como o senhor avalia seus resultados?

Mazoni - Em 2003 eu fui convocado para assumir a administração do CITS porque sua situação era falimentar. O CITS tinha se transformado numa empresa de comercialização de software e sua situação estava bastante comprometida por questões orçamentárias, isto apesar de usufruir de programas incentivados pela Lei de Informática. Apesar de ainda existir um saldo devedor, nestes dois anos conseguimos equacionar economicamente o CITS. Hoje ele se reorganiza para ser um centro distribuidor de conhecimento e não mais um gerador de produtos específicos para comercialização. Nosso objetivo é que o CITS consiga vender a sua capacidade de conhecimento em framework de desenvolvimento, em conhecimento do uso da tecnologia, de maneira que os seus mantenedores se utilizem desses conhecimentos para ganhar capacidade de competição no mercado e não disputar com o próprio CITS o mercado da tecnologia do software. Resumindo: a transformação da instituição aconteceu em dois aspectos importantes: no filosófico, ao se transformar num distribuidor de conhecimentos e no aspecto administrativo, a partir do momento em que se mostrou uma instituição viável, conforme se observa no último relatório de gestão. Sua falência ensejaria que os recursos do Paraná migrassem para outros Estados porque o próprio Ministério da Ciência e Tecnologia não avalizaria investimentos numa entidade falida.

BB - A Abep mapeou que a eficiência gerencial é uma das principais preocupações das entidades de tecnologia da informação. Isto aponta para maiores investimentos em setores importantes como segurança de redes, metodologia de gestão e certificação digital. Até que ponto a Celepar avançou nesses processos e quais os projetos da empresa para os próximos meses?

Mazoni - A maior preocupação no momento é reorganizar toda a nossa infra-estrutura. De nada adianta aumentarmos o número de servidores, de máquinas e de ambientes se não conseguirmos oferecer segurança aos nossos usuários. Nossa preocupação é que todo este ambiente central tenha um alto nível de segurança para os nossos clientes. Isto significa que além dos projetos de segurança ou de layout, precisamos de projetos também na distribuição de softwares dentro das máquinas. Hoje nos encontramos na fase de melhoria de nossos sistemas de gestão desenvolvidos por técnicos da Celepar. Estamos melhorando nossa infra-estrutura, adquirindo novos servidores, ampliando a capacidade de atendimento e criamos, efetivamente, um Data Center de altíssimo nível. Paralelamente, também tivemos de criar um projeto de qualificação dos nossos profissionais. Na área de desenvolvimento, a Celepar é considerada a mais avançada entre as entidades estaduais. Tanto é assim, que vamos sediar no próximo mês um seminário para repassar aos demais Estados nossas ferramentas para os portais de Governo Eletrônico e para o desenvolvimento de sistemas.

BB - Além do atendimento aos órgãos governamentais, a Celepar tem se voltado nos últimos meses para atender as prefeituras na área de modernização administrativa. Efetivamente, qual tem sido o trabalho da empresa para atender os municípios?

Mazoni - Nós temos uma grande missão que é atender o Governo do Estado do Paraná. Esta é nossa tarefa principal, nossa prioridade zero. Todavia, como agregamos um conjunto de conhecimentos no setor público, isto tem possibilitado que a Celepar se capacite para fazer consultorias a qualquer instituição pública, e até mesmo hospedar soluções que possam ser desenvolvidas para prefeituras de pequenos municípios com capacidade de aquisição de softwares e hardwares. Enfim, podemos auxiliar as prefeituras no campo operacional. Ainda não temos condições para desenvolver soluções individuais para cada prefeitura, mas podemos colaborar para que elas possam agregar nossos conhecimentos e melhorar a qualidade de seus serviços. Para isso, estamos propondo a formação de consórcios entre os municípios, para que atuem de forma coletiva através de um ambiente centralizado onde possam trocar experiências entre si e compartilhar soluções. Resumindo, nossa colaboração, a pedido do Governador Requião, é para que elas tenham condições de adquirir tecnologia de informação de forma mais adequada e com custos mais equilibrados, evitando que desenvolvam projetos que nada têm a ver com a solução de seus reais problemas.