Celepar expande fronteiras com a instalação de escritórios regionais em diversos pontos do estado

A Celepar é a primeira empresa pública de informática do país. Mas desde a criação em 1964, todas os projetos dependeram da estrutura instalada unicamente na capital. Com o crescimento da importância da informática no mundo, o Estado percebe que é necessário ter uma política voltada especialmente para esse campo. Para atender melhor a esses objetivos, a Celepar instala em maio regionais em cinco pontos no interior: Londrina, Maringá, Cascavel, Guarapuava e Ponta Grossa.

 

“A Secretaria da Fazenda está em 92 municípios, o Departamento de Trânsito possui 99 circunscrições regionais, isto para citar alguns órgãos do governo espalhados pelo Paraná. E todos eles trabalham com informática e consequentemente com a Celepar. Essas novas regionais vão permitir um atendimento melhor, uma resposta mais rápida às idéias e problemas de cada um deles”, explica o diretor administrativo e financeiro da companhia, Wolnei Bonotto.

Regionais nas universidades

O concurso público para a contratação dos novos funcionários que vão compor as regionais foi realizado em março. E um acordo com as universidades estaduais vai permitir a instalação quase imediata dos escritórios.

“Vamos nos instalar nos campus. Além de economizar com estrutura física, a vantagem principal dessa idéia é que ficaremos próximos aos departamentos dos cursos de Informática. Isso vai permitir uma convivência dos técnicos da Celepar com os graduandos, uma troca de experiências interessante”, comenta. Para Bonotto, a proximidade com os estudantes significa um aprofundamento da discussão sobre o software livre – programas de computador que podem ser usados, copiados e modificados pelo próprio usuário. “Como nossa política é desenvolver todos os nossos serviços em software livre, os universitários vão poder acompanhar o que pode ser feito com essa tecnologia”.

Política tecnológica

“O Paraná quer alcançar a autonomia tecnológica”, afirma o diretor administrativo, justificando o uso do software livre em todos os projetos da Celepar. “Não podemos depender de empresas terceirizadas, pois não compensa. A economia gerada apenas em licenças para uso de produtos que agora deixamos de renovar já ultrapassa R$ 15 milhões”, argumenta.

Outra vantagem, segundo Bonotto, é a possibilidade de a própria Celepar desenvolver softwares, o que já está ocorrendo. “É uma tecnologia ilimitada. Com ela, tudo depende do nosso esforço e criatividade” (Leia sobre a Plataforma Paraná nesta edição).

Com o cancelamento de contratos e licenças, a Celepar voltou a executar a política tecnológica do Paraná. “Recebemos a incumbência de assimilar todos esses contratos e continuá-los com os serviços da própria Celepar. Foi um grande desafio armar uma infra-estrutura adequada”.

Mas tudo é feito aos poucos. Secretarias como Educação e Saúde já possuem softwares livres, e outras estão migrando. "É uma mudança gradual. Passamos os dois primeiros anos só ‘arrumando a casa’, contratando técnicos, bolando projetos”. De acordo com o diretor, a companhia ficou oito anos praticamente sem investimentos em pessoal e infra-estrutura.

“As regionais representam a nossa expansão física para os principais pontos do Estado, como se fossem nossos braços. Teremos suporte técnico para trabalho no interior”, conclui.