Comunicação de dados

Autor: Armando Rech Filho


QUANDO A REDE CRESCE, SE DISPERSA,...

Há exatamente um ano atrás a Celepar começou a colocar em prática o projeto de Rede Integrada do Interior do Estado.

Buscando uma forma de organização que fosse capaz de suportar um crescimento ordenado, fácil e a custos compatíveis, principalmente para usuários com baixo tráfego de dados, definimos quatro polos de concentração no Interior: Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa, e a partir destes, passamos a derivar circuitos para as localidades nas redondezas de cada um.

Esta primeira aproximação par um modelo mais eficiente, já que racionalizamos apenas a distribuição dos circuitos de dados, gerou para o Estado na época uma economia da ordem de 30% nos custos de comunicação.

TORNANDO A REDE MAIS INTELIGENTE

A rede para o Interior está crescendo, e no limiar do novo governo a Secretaria da Fazenda já começa com um projeto para levar a informática a 62 localidades do interior do Estado, quando nossa rede atinge hoje, ainda, as modestas cifras de 22 localidades atendidas. E com a iniciativa da Sefa com certeza, outras secretarias também expandirão suas atividades de informática no Interior do Estado como: Segurança Pública, Educação, Saúde e outra mais.

Para suportar o crescimento, faz-se necessário colocar em ação as etapas subseqüentes do projeto original que constitui a instalação de equipamentos inteligentes em alguns dos pontos de concentração no Interior.

Estudos demonstram que o deslocamento das nossas duas controladoras de comunicação IBM 3705, uma para o Norte e outra para o Oeste paranaense, cumprirão com eficiência esta tarefa de melhorar o desempenho da atual rede, preparando-a para a expansão eminente que se seguirá e, ainda, poderá trazer uma nova redução nos custos de comunicação, de até 10%.

AS DIFICULDADES DA INTERIORIZAÇÃO

No primeiro projeto, já foram inúmeras as dificuldades para conseguirmos organizar a rede nos atuais 22 municípios, por limitações impostas pela rede física de telefonia da Telepar e também pela estrutura de atendimento da Embratel no interior do Estado.

E agora, com mais 41 municípios e de portes bem menores que os anteriores? Com certeza muitas destas localidades não conseguirão ser atendidas tão cedo e, em se conseguido, os custos por um tratamento altos, não justificando economicamente.

A configuração da rede com a definição das localidades que serão atendidas e de que forma, faz parte de estudo que a Celepar está desenvolvendo com a Telepar e Embratel.

QUANDO O SATÉLITE APONTA COMO SOLUÇÃO

A tecnologia de uso de satélites para Comunicação de Dados começa a ser empregada no Brasil nas grandes organizações, principalmente na área bancária onde Bradesco, Itaú, Bamerindus e Banestado por exemplo, já desenvolveram seus projetos e alguns deles se encontram já em fase de implementação como é o caso do Banestado, projeto que tivemos oportunidade de conhecer, onde os investimentos montam da ordem de 13 milhões de dólares para uma rede de 200 agências.

Na área pública o primeiro projeto que conhecemos é o da PRODEMGE de Minas Gerais que de forma ousada, diga-se de passagem, tem como objetivo conjunto com o Banestado, compartilhando sua estrutura de recepção em Curitiba.

Conversações neste sentido já se iniciaram e o projeto deverá se desenrolar nos próximos meses do ano. Em uma primeira avaliação, os primeiros pontos poderiam ser implementados somente no segundo semestre de 1992, mesmo usando a estrutura que já estará que estará montada e operando, dada a complexidade que reveste esta tecnologia.

Para que cada localidade se conecte à nossa rede via o sistema satélite, se tornará necessário somente a instalação de uma antena devidamente dimensionada, o que torna possível a sua integração ao sistema, independente de quaisquer condições, seja de localização geográfica, seja de disponibilidade de recursos de qualquer natureza.

REDE MULTIPROTOCOLOS

Resolvida a questão de meio físico para o transporte dos dados de nossos computadores centrais aos mais longínquos pontos do Estado, outras questões começam a surgir que tornam a rede mais complexa. Devemos lembrar que toda a rede atual é baseada em protocolo de comunicação característico da IBM, ou seja, só podemos conectar terminais ou equipamentos que o emulem.

E aí, alguém pergunta: como posso ligar minha rede local de Londrina com a de Curitiba, usando as facilidades da rede da CELEPAR? O projeto de integração de múltiplos protocolos é outro desafio que teremos pela frente ao longo deste ano para podermos cumprir com a nossa meta do plano tático de prover a Celepar de meios para que possamos efetivamente partir para um trabalho de distribuição de processamento entre nossos computadores centrais e os computadores departamentais de nossos usuários.

Enfim, para onde aponta o futuro de tecnologia, com certeza a CELEPAR direciona suas baterias no sentido de prover o Estado dos melhores recursos para levar a informática ao alcance do cidadão paranaense, fazendo com que ela cumpra também o papel social que lhe é destinado, de contribuir para o bem estar da Sociedade.