Estudo do Gerenciamento de Performance para o Servidor NT da Celepar

Autores: Joel Issao Tanaka e Gilson Carlos Hotta Nishimoto

Este trabalho foi elaborado pelos funcionários Joel Issao Tanaka e Gilson Carlos Hotta Nishimoto, no Curso de Especialização em Teleinformática ofertado pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná - CEFET, sob a supervisão do Prof. Dr. Robert Carlisle Burnett e colaboração dos funcionários da Celepar, Armando Rech Filho, gerente do Serviço de Rede - GSR e Tarso Dutra Queiroz da Gerência de Prospecção Tecnológica - GPT.

1. INTRODUÇÃO

A indústria cada vez mais tem mostrado sua tendência em adotar sistemas de processamento distribuído com múltiplos fornecedores e arquiteturas abertas. Entretanto tais arquiteturas, mais do que as proprietárias, dependem de soluções para o problema do gerenciamento unificado munido de diagnósticos integrados, configuradores abrangentes e capacidades administrativas. No caso de redes heterogêneas, não basta prover a comunicação entre os nós, é necessário que o sistema se comporte como um todo íntegro e controlável.

Dentro desta realidade, os fornecedores utilizam as arquiteturas de gerenciamento de rede como estratégia para cativar seus clientes, pois aqueles que conseguirem oferecer soluções práticas e eficazes para o ambiente heterogêneo, tanto centralizado como distribuído, devem ocupar espaços privilegiados nas organizações.

Nas décadas de 70 e 80, as arquiteturas proprietárias basicamente determinavam a linha de produtos do fornecedor aos clientes. Com o surgimento das redes baseadas em X.25, TCP/IP (Transmission Control Protocol/Interconnection Procotol) e OSI (Open System Interconnection), o mercado ganhou mais flexibilidade na escolha dos produtos a serem utilizados. Desde então, uma empresa possuidora de uma rede de grande porte, caracterizando-se por sua base instalada, suas propriedades específicas, seus negócios, aplicativos e estratégia, tem agora a necessidade de estudar e avaliar as arquiteturas de gerenciamento disponíveis, adequando-as a esta nova realidade.

2. PROTOCOLO SNMP

O protocolo SNMP (Simple Network Management Protocol) [CAR93] [MIC95], é padrão de gerenciamento aceito pela comunidade internacional, em termos de sua funcionalidade e potencialidade da sua organização interna.

O SNMP é uma parte do conjunto do protocolo TCP/IP. Foi originalmente desenvolvido na comunidade Internet para monitorar , achar e resolver problemas de roteadores e bridges. O SNMP fornece habilidade para monitorar e informar o status de comunicação entre:

Computadores executando Windows NT;

  • Servidores LAN;
  • Roteadores ou gateways;
  • Minicomputadores ou computadores mainframe;
  • Servidores de terminal ( Terminal Servers );
  • Ligando hubs ( Wiring hubs )

O SNMP usa uma arquitetura distribuída de gerenciamento de sistemas e agentes.

O serviço SNMP envia uma informação para um ou mais hosts quando um host solicitar ou quando um evento significativo ocorrer (figura 1), por exemplo, quando um host está pesquisando o espaço em disco rígido.

Um dos pioneiros a implantar os protocolos SNMP foi o fornecedor de gateways, bridges e roteadores. Normalmente, o fornecedor desenvolve o agente SNMP e posteriormente desenvolve uma interface para a estação gerente da rede. O conceito de agente e gerente será visto no item 2.2 deste trabalho. Em geral estes produtos funcionam para vários sistemas operacionais, como VMS, SUN-OS, DOS e outros, e é muito comum que estes fornecedores incluam bibliotecas e utilitários que permitam a criação de aplicações de gerenciamento com características específicas para alguns componentes da rede.

As implementações básicas do SNMP permitem monitorar e isolar falhas. Já aplicações mais sofisticadas permitem gerenciar o desempenho e a configuração da rede. Estas aplicações, em geral, incorporam menus e alarmes codificados em cores.

2.1 Protocolo de Gerenciamento SNMP

No escopo deste protocolo, definem-se os elementos de rede classificados como cliente (ou gerente) responsável pela monitoração e controle dos gateways e hosts, que correspondem aos servidores (ou agentes).

O protocolo SNMP é baseado no paradigma conhecido como "busca-armazenamento" (fetch-store), isto é, todas as operações previstas para este protocolo são derivadas de operações básicas de busca e armazenamento. Estas operações básicas incluem:

  • et-request: leitura do valor de uma variável;
  • get-next-request: leitura do valor d próxima variável;
  • get-response: resposta à operação de leitura (get-request on get-next-request );
  • set-request: gravação do valor de uma variável;
  • trap: notificação da ocorrência de um evento específico.
  • No caso da operação de trap, deve-se observar que os eventos que, normalmente, geram notificação são predefinidos e correspondem a erros, falhas ou operações anormais do sistema.

As mensagens deste protocolo não possuem campos fixos e são especificadas na notação ASN.1 (Abstract Syntax Notation.1) [CAR93]. Elas consistem em três partes principais: versão de protocolo, identificador da comunidade SNMP e área de dados. Para cada uma das operações mencionadas anteriormente, é definido um tipo específico de mensagem de protocolo, isto é, um tipo de PDU ( Protocol Data Unit ). Desta maneira, tem-se: GetRequestPDU, GetNextRequestPDU, GetResponsePDU, SetRequestPDU e TrapPDU.

O resultado deste axioma é que os agentes SNMP são simples e executam operações elementares, como estabelecer e obter valores das variáveis. O programa que analisa, manipula, combina ou aplica algum algoritmo sobre os dados deve residir no gerente.

2.2 Conceito de Gerente, agente E MIB

A arquitetura de gerência de rede em sistemas abertos introduz o conceito de gerente e agente, os quais trocam informações entre si a respeito dos objetos gerenciados, através dos protocolos específicos de cada arquitetura e de uma estrutura de dados denominada MIB. Esta relação entre gerente, agente e MIB, é mostrada esquematicamente na figura 2:

Figura 2 - Modelo de Sistema de Gerência

Gerente: programas de gerenciamento SNMP são referenciados como gerente. Os gerentes obtêm dados sobre partes da rede e fazem estas informações ficarem disponíveis para o administrador da rede através de texto, gráfico ou interfaces orientado a objeto. O programa gerente envia mensagens para a rede. Essas mensagens são recebidas pelo agente no host, e inicializa as operações get, get-next e set. O programa gerente espera pelas mensagens do agente que contém os resultados das operações, e mostra-as ao console gerenciador ou salva o dado em um arquivo especificado ou base de dados.

Agente: o agente fornece uma interface para as MIBs e objetos gerenciados instalados no computador. Os programas gerenciados SNMP enviam pedidos para os computadores na rede. O programa agente no computador recebe os pedidos e processa-os extraindo informações das MIBs. O agente, então, retorna a informação requisitada para o programa gerenciador SNMP de onde iniciou o pedido. O código de um agente é constituído de pelo menos três funções: um núcleo para implementação e tratamento dos protocolos de gerência, um módulo de interface com o elemento de rede para coleta das informações e um módulo para montagem e disponibilização da estrutura de informação definida para o elemento.

MIB: é o conjunto de objetos gerenciados em um sistema aberto. É o elemento de ligação entre o gerente e agente em um sistema de gerência, onde estão localizadas as estruturas de dados através das quais as informações são passadas entre eles. Tem como objetivo descrever os objetos gerenciáveis em uma rede, é uma estrutura conceitual que se constitui na visão que o gerente tem dos objetos gerenciáveis dos elementos da rede.

Basicamente, são quatro os tipos de MIBs: MIB I, MIB II, MIB experimental e MIB privada, descritas sucintamente a seguir:

As MIBs do tipo I e II fornecem informações gerais sobre o equipamento gerenciado, sem levar em conta as características específicas deste equipamento. A MIB II, é uma evolução da MIB I, que introduziu novas informações além daquelas encontradas na MIB I. Através das MIBs do tipo I e II é possível obter informações como tipo e status da interface (Ethernet , Token-Ring ), número de pacotes transmitidos, número de pacotes com erros, informações sobre protocolo de transmissões, etc.

As MIBs experimentais são aquelas que estão em fase de testes, com a perspectiva de serem adicionadas ao padrão e que, em geral, fornecem características mais específicas sobre a tecnologia dos meios de transmissão e equipamentos empregados.

As MIBs privadas são específicas dos equipamentos gerenciados, possibilitando que detalhes peculiares a um determinado equipamento possam ser obtidos. É desta forma que é possível se obter informações sobre colisões, configuração, swap de portas, e muitas outras, de um hub. Também é possível fazer um teste, reinicialização ou desabilitar uma ou mais portas do hub através de MIBs proprietárias.

No ambiente de Protocolo TCP/IP o modelo de informações de gerência é mais simples que no Modelo de Referência OSI. A construção das MIBs obedece as especificações contidas nos documentos denominados SMI para a versão 1 do SNMP e, mais recentemente, para o SNMPv2. Estas especificações impõem um alto grau de simplicidade na descrição das MIBs para tornar o processo de gerência de fácil implementação.

Neste ambiente não se aplicam todos os conceitos de orientação a objetos encontrado no RM-OSI. A unidade básica de acesso em uma MIB SNMP é representada por um atributo simples, que é denominado objeto, definido por um tipo e pelas operações que podem ser realizadas sobre ele. A unidade básica de acesso é uma classe de objeto, definida por um conjunto de atributos e de operações. Embora não exista a definição de classes, os objetos das MIBs SNMP são organizados em grupos que representam uma determinada funcionalidade de um elemento de rede, podendo em cada grupo existir tabelas de objetos limitados, no máximo, a duas dimensões.

A definição de objetos gerenciáveis para composição das MIBs SNMP utiliza a linguagem ASN.1 através da macro denominada OBJECT-TYPE. Os seguintes componentes fazem parte da macro OBJECT-TYPE:

SYNTAX (sintaxe): define o tipo de objeto e é constituído de: integer, null, octet string, sequence, object identifier, outros como: counter, ipaddress, gauge, timeticks e opaque, são tipos específicos definidos na SMI para a aplicação de gerência SNMP.

ACCESS (acesso): é a maneira de como será acessada pelo SNMP; suas opções são: read-only (somente leitura), write-only (somente gravação), read-write (leitura gravação) e not-accessible (não acessível).

STATUS: define se um objeto é mandatory (mandatório), optional (opcional), deprecated (o objeto será removido na próxima versão da MIB) e obsolete (os agente não implementam mais este objeto).

DESCRIPTION (descrição): descreve as informações para compreender a descrição do objeto.

REFERENCE (referência), DEFAULT (valor default): são elementos opcionais. O primeiro estabelece a relação do objeto em pauta e outro qualquer definido em outra MIB, possui apenas valor documentacional, o segundo define valores iniciais quando valores específicos não forem informados.

INDEX (índice): identifica a linha da instância do objeto, usado em tabelas bidimensionais de objetos, onde cada linha representa uma instância do objeto gerenciado.

::= (identificação de objeto): nome pelo qual será identificado e acessado pelo sistema de gerência.

Mostraremos a seguir um exemplo dos componentes de uma MIB :

nome OBJECT-TYPE

SYNTAX Octect String

ACCESS read-write

STATUS mandatory

DESCRIPTION "Nome atribuído para o equipamento na rede"

::= {router 1}

3. ANÁLISE DO SERVIDOR NT

O Windows NT reconhece três tipos de sistemas de arquivos: FAT (DOS - 16 bits), HPFS (High Performance File System - originalmente do OS/2 - 32 bits) e o seu próprio e mais poderoso, NTFS (New Tecnology File System - 32 bits). O NTFS oferece um sistema de segurança avançado, mantendo log de transação no disco, além de incluir facilidades como recuperação completa e rápida de um arquivo. Como o log de transação grava todas as operações realizadas no logon do usuário, os problemas devido a uma falha acidental podem ser facilmente recuperadas.

As máquinas com o Windows NT Advanced Server, controlarão todas as estações de redes, com um nível de segurança elevado, podendo utilizar o RAID 1 ou espelhamento de discos e também pode utilizar o RAID 5, onde cada bit de informação é escrito em um disco diferente. Assim, se um deles apresentar defeito, a informação, ou ainda todo o conteúdo de um disco, pode ser recriada em outra unidade de disco do sistema.

As principais características do NT são:

  • Arquitetura Cliente-Servidor;
  • Arquitetura Modular;
  • Memória Linear;
  • Portabilidade;
  • Multiprocessamento Simétrico;
  • Multitarefa preemptiva.

3.1 Arquitetura Cliente-Servidor

O objetivo da arquitetura cliente-servidor é tornar os ambientes distribuídos mais simples para todos. A arquitetura cliente-servidor facilita o acesso à informação, uso e desenvolvimento de aplicações, assim como a comunicação e a gerência num ambiente distribuído de computadores.

Esta arquitetura divide-se em duas ou mais camadas. Na forma mais simples, uma camada (o cliente) requisita que uma função seja realizada, enquanto a outra camada (o servidor) a executa.

A arquitetura cliente-servidor destina-se a suportar ambientes complexos com múltiplas plataformas, protocolos e redes, mantendo a simplicidade de um sistema único. Ou seja, os usuários não necessitam se preocupar com plataforma ou sistema operacional, mas sim na realização das suas tarefas.

3.2 Arquitetura Modular

O Windows NT é um sistema composto de diversos módulos. Desde o nível mais baixo (nível de hardware) até o mais alto nível (nível do usuário final), esses módulos são:

  • Camada de abstração do hardware (HAL - Hardware Abstraction Layer);
  • Kernel do NT;
  • Executivo (NT Executive);
  • Subsistemas Protegidos;
  • Subsistemas do ambiente.

A camada HAL é a camada do software que esconde as diferenças de hardware para as altas camadas do software. Assim as plataformas diferentes de hardware serão parecidas para o Windows NT. As rotinas do HAL podem ser chamadas tanto pela base do sistema operacional quanto pelos drivers de dispositivo. Para estes, o HAL proporcional à habilidade de suportar grande variedade de arquiteturas de I/O.

Na figura 3, vemos a arquitetura modular do NT , assim como seus principais módulos.

Pode-se dizer que o Kernel é o coração do NT. Ele prepara, despacha threads e sincroniza múltiplos processadores, além de proporcionar manipulação de erros de hardware. Componentes do nível executivo, como o sistema de I/O e o gerenciador de processos utilizam o kernel para sincronizar as atividades. Entre as funções primárias estão:

  • Suporte aos objetos eventos, semáforos, linhas, timer, chamadas procedimentos assíncronos, interrupções e processos;
  • Manipulação de exceções;
  • Manipulação de interrupções;
  • Coordenação de multiprocessamento;
  • Recuperação de falha na energia elétrica.
  • O Executivo (NT Executive) gerencia a interface entre o Kernel e os ambientes dos subsistemas, proporcionando um conjunto comum de serviços que cada subsistema pode usar. Cada grupo de serviços é gerenciado por um componente separado do Kernel. Estes componentes são:
  • Gerenciador de objetos;
  • Gerenciador de Memória Virtual;
  • Gerenciador de Processos;
  • Facilidades de chamadas de I/O;
  • Gerenciador de I/O;
  • Gerenciador de segurança.

3.3 Memória Linear

O Windows NT proporciona um ambiente de 32 bits real tanto para o sistema operacional quanto para os seus aplicativos. As aplicações agora enxergam um endereçamento de memória linear de 32 bits, ou seja, não existe mais aquela segmentação e paginação tão comum no DOS. Isto significa, um menor tempo de acesso gasto pela CPU ao pesquisar ou armazenar algo na memória.

O NT também utiliza o recurso de memória virtual, representado pelo arquivo de trocas que as outras versões do Windows utilizam muito, estendendo, dessa forma a capacidade de armazenamento do computador. Como o sistema é 32 bits, pode acessar até 4Gb de memória física. Portanto, o limite de RAM depende tão somente da máquina e não mais do software.

3.4 Portabilidade

A portabilidade do Windows NT significa que ele é independente de hardware, ou seja, pode executar tanto um conjunto de instruções complexas de computadores (CISC) típicos da família Intel quanto um conjunto reduzido de instruções de computadores (RISC) das máquinas POWER PC por exemplo. Portanto, pode conectar máquinas com processadores de diferentes famílias.

3.5 Multiprocessamento Simétrico

Conforme visto em [CUS93], multitarefa é uma técnica do sistema operacional para permitir que várias threads de execução partilhem um único processador. Entretanto, quando um computador tem mais de um processador, o modelo precisa ser atualizado para o modelo de multiprocessamento. Assim, enquanto num sistema multitarefa aparenta executar várias threads ao mesmo tempo, num sistema de multiprocessamento isto realmente ocorre.

Existem duas categorias de sistemas operacionais com multiprocessamento. Existe o multiprocessamento assimétrico e o simétrico, conforme ilustra a figura 4 extraída de [CUS93].


Figura 4 - Multiprocessamento Assimétrico e Simétrico

Os sistemas operacionais com multiprocessamento assimétrico (ASPM - asymetric multiprocessing) normalmente selecionam o mesmo processador para executar o código do sistema operacional, enquanto os outros processadores executam apenas tarefas do usuário. Como o código do sistema operacional roda em um único processador, os sistemas ASPM são relativamente fáceis de criar, bastando estender os sistemas de um único processador já existente. São apropriados para rodar em hardware assimétrico como, por exemplo, num computador com um processador e co-processador anexado ou outro com dois processadores que não compartilham toda a memória disponível.

Os sistemas com multiprocessamento simétrico (SMP - simetric multiprocessing), neste se inclui o Windows NT, permitem que o sistema operacional seja executado em qualquer processador livre ou em todos os processadores simultaneamente, compartilhando memória entre si. Assim, podem explorar melhor o potencial dos vários processadores, pois, além de equilibrar a carga do sistema, reduzem o tempo ocioso porque o código do sistema operacional pode ser executado em outros processadores.

3.6 Multitarefa Preemptiva

Sabemos que o Windows, desde suas versões iniciais, sempre foi multitarefa. Mas não era multitarefa preemptiva, ou seja, sempre que íamos imprimir um documento dentro do Word (editor de texto) por exemplo, precisávamos aguardar até que o Gerenciador de Impressão liberasse o processador para continuarmos a trabalhar.

Já no NT por ser 32 bits, esse conceito de multitarefa é diferente. Ela é preemptiva, o que significa que nenhum software acessa os processadores diretamente, já que o NT também é multithread. Somente ele determina o que cada processador deve fazer. Assim, ao imprimirmos um documento não só veremos a ampulheta que significa que ele está gravando para o Gerenciador de Impressão, mas veremos, também, uma seta que mostra que o micro está liberado para continuarmos a trabalhar.

3.7 Gerenciamento SNMP do Windows NT 3.51

Segundo [MIC95] o serviço SNMP é um gerenciamento padrão de redes amplamente usado em TCP/IP e redes IPX. Servidores Windows NT e Windows NT Workstation fornecem serviços SNMP que permitem que os computadores baseados em Windows NT sejam gerenciados usando programas de gerenciamento de redes SNMP.

Servidores e Workstation Windows NT implementam versão 1 do SNMP por um agente SNMP que permite um gerenciamento SNMP remoto e centralizado de: servidores NT, workstations NT, servidores NT baseado em WIN, servidores NT baseado em DHCP e servidores NT baseado em IIS.

Servidores e Workstations NT provêem o serviço SNMP como a estrutura necessária para a gerenciamento de redes, mas não provê um programa gerente SNMP. Existem muitas utilidades no gerente SNMP disponíveis com o servidor NT e no kit de recursos para Workstations, e outros programas de gerenciamento de redes de melhor acabamento podem ser obtidos pela Microsoft ou por terceiros. O servidor SMS (Microsoft System Server) fornece suporte para o gerenciamento SNMP. Outros programas de gerenciamento de redes, assim como Hewlett Packard Open View , IBM LAN NetView e NMC para Windows NT podem ser obtidos de terceiros.

O espaço nomeado MIB atribuído para a Microsoft pela IETF começa pelo código 1.3.6.1.4.1.311. A Microsoft tem autoridade para atribuir objetos e OIDs para todos os objetos que são desenvolvidos acima deste código. A figura 5 demonstra a tabela que identifica as MIBs baseadas em Windows NT e seus mais importantes objetos, de onde todos os outros objetos são derivados.

Estas MIBs da figura 5 são fornecidas nos produtos Windows NT em Cds e no TechNet CD fornecidos pela Microsoft. As máquinas que serão monitoradas devem, obrigatoriamente, ter o serviço SNMP instalado. Através destas MIBs podemos obter dados, estatísticas sobre os servidores Windows NT, como, por exemplo, através da MIB de OID 1.3.6.1.4.1.311.1.7, podemos obter informações sobre os servidores Windows NT para IIS.

3.8 Implementação de SNMP baseado em Windows NT

O termo gerenciamento de redes geralmente refere-se a funções específicas administrativas e a capacidade para fazer as funções de um computador centralizado, freqüentemente denominado como uma console de gerenciamento.

Para fazer um gerenciamento centralizado de redes, o gerenciador deve ser capaz de ler dados de outros computadores na rede, inclusive o seguinte:

  • Identificação do protocolo de rede e estatísticas;
  • Identificação dinâmica dos computadores ligados a rede;
  • Dados da configuração de software e hardware;
  • Performance dos computadores e estatísticas de uso;
  • Eventos nos computadores e mensagens de erros;
  • Estatísticas de uso de programas e aplicações.

A figura 6, demonstra a tabela com os arquivos que são instalados num computador Windows NT, quando se instala o serviço SNMP.

4. MONITORANDO PERFORMANCE

O monitoramento da performance é feito para descobrir o melhor desempenho da rede. Para isto, o servidor Windows NT inclui ferramentas designadas para ajudar o administrador da rede. Estas ferramentas criam logs e estatísticas que um administrador pode utilizar para identificar e eliminar a origem de qualquer problema.

Administradores monitoram a performance do sistema por várias razões, entre as razões estão:

  • Melhorar a performance baseada na configuração existente;
  • Fornecer capacidade de planejamento e prognósticos;
  • Manter os recursos de hardware adequados;
  • Fornecer informações essenciais para a detecção de problemas como por exemplo, o hardware ficar ultrapassado.

Mantendo um registro da performance do sistema em operação normal, o administrador pode construir uma tabela com valores razoáveis. Isto fornece uma base para comparação quando um dispositivo necessita ser trocado ou atualizado. Sem esta base, a detecção do problema pode ser complicada.

O Monitoramento de performance pode ser dividido em quatro categorias:

  • Maior velocidade para um processador específico;
  • Melhor distribuição de processador para múltiplos processos;
  • Memória;
  • Disponibilidade do disco rígido.

A melhora da performance é o processo de trabalho com recursos existentes para maximizar a performance para um dos quatros resultados. Quando se otimiza um servidor, deve-se levar em conta os recursos como a velocidade do processador, quantidade de memória e espaço em disco. A tarefa de otimização envolve a priorização destes recursos e a determinação da estimativa apropriada. Por exemplo, se a memória é a prioridade, você pode ampliar o arquivo virtual, mas isto diminui a quantidade de espaço disponível do disco rígido.

Se todas as categorias de performance precisam ser ampliadas, considere os recursos adicionais, como o upgrade do processador, adição de memória ou adição de espaço no disco rígido. Tarefas de computação podem requerer muitos dispositivos para realizar um negócio específico. Cada dispositivo utiliza um recurso para realizar sua parte na transação. Baixa performance ocorre quando um destes dispositivos requer notadamente mais recursos que os outros para completar a tarefa.

Para resolver o problema, um administrador deve identificar os dispositivos que estão tomando maior tempo para processar a transação.

4.1 Utilidade do Monitor de Performance

O monitor de performance é um mecanismo designado para identificar em tempo real qual é o gargalo da performance. É também baseado numa série de contadores que gravam registros como:

  • número de processos que estão em espera;
  • O número de pacotes de rede transmitidos por segundo;
  • o percentual de utilização dos processadores.
  • Algumas utilidades do monitor de performance:
  • Monitorar o histórico da performance;
  • Identificar os gargalos;
  • Monitorar os efeitos das mudanças na configuração do sistema;
  • Determinar a capacidade do sistema;
  • Notificar os administradores de eventos monitorados que excederam determinado valor.

A operação do monitor de performance é baseada em:

  • Objetos
  • Contadores
  • Instâncias

Objetos usam contadores e estes usam instâncias. Por exemplo, o processador é um objeto, o tempo do processador é um contador, e o processador 0 é uma instância. Os contadores geram números e destes números o monitor de performance produz estatísticas. Coletando e analisando estas estatísticas mostram a direção da performance. Elas podem ajudar o administrador a direcionar a solução do problema e aperfeiçoar a rede.

Usuários podem programar em que intervalo de tempo o monitor de performance deve atualizar as informações seja em logs, gráficos e relatórios.

Duas funções do monitor de performance são disponíveis apenas para o grupo de administradores:

  • Capacidade de alterar a prioridade;
  • Capacidade de ativar os contadores de discos.

Você pode exportar os dados obtidos pelo monitor de performance para outros produtos, como planilhas de cálculos , bancos de dados para outras análises dos dados e capacidade de planejamento.

Objetos são criados para representar processos, partições de memórias e dispositivos físicos. Um processo do Windows NT é criado quando um programa roda. Um processo pode ser uma aplicação, um serviço ou um subsistema.

O objetos criado pelo processo pode ter muitas instâncias - uma para cada atividade do processo. No caso onde quatro processos são ativados por um, o monitor de performance gerará quatro instâncias.

Uma categoria de objeto pode ter várias instâncias. Por exemplo, o tipo de objeto processador terá múltiplas instâncias se o sistema possui múltiplos processadores. Se um tipo de objeto tem múltiplas instâncias pode usar o mesmo grupo de contadores.

Num programa executável, cada processo consiste em um grupo de endereços e uma thread. Threads tornam possível que diferentes partes de um processo executam em diferentes processadores simultaneamente.

Todo objeto contém contadores que geram dados sobre os aspectos de performance do objeto. Há mais de 350 (trezentos e cinqüenta) contadores no monitor de performance.

A figura 7, demonstra alguns contadores que podemos monitorar no servidor Windows NT.

As informações para a gerência de desempenho são diferentes para cada elemento de rede, pois cada um tem um conjunto de indicadores definidos em função das suas características operacionais. Cada indicador deve possuir uma definição dos valores limites, ou "thresholds", a partir dos quais podem ser emitidos alarmes de notificação imediatos de cada elemento de rede e dos níveis de utilização, quando o desempenho começa a comprometer a qualidade do serviço.

As informações de desempenho coletadas pelo gerente junto ao agente, além de propiciar a tomada de ações imediatas pelos administradores da rede, devem ser armazenadas com a informação de data e hora da amostragem. A finalidade é realizar análises de desempenho da rede e da disponibilidade dos seus elementos, identificação de segmentos críticos, planejamento de ampliações e outras ações. As informações mínimas por elemento de rede, a serem obtidas por intervalo de tempo a ser definido em função da precisão desejada." [REC96].

5.1 Proposta de uma MIB para a Celepar

Com base nos estudos das MIBs do Windows NT 3.51 e da descrição formal das MIBs de [REC96] e conversa com o senhor Tarso Dutra Queiroz, responsável pelo Windows NT da empresa, descrevemos a seguir uma parte da MIB para a Celepar:

Perfomance-MIB DEFINITIONS ::= BEGIN

-- MIB para Performance do NT

performance OBJECT IDENTIFIER ::= {celepar xx}

Sistema OBJECT-TYPE

SYNTAX DisplayString

ACCESS read-only

STATUS mandatory

DESCRIPTION "sistema ou negócio ao qual pertence"

::= {performance 2}

Descricão OBJECT-TYPE

SYNTAX DisplayString

ACCESS read-only

STATUS mandatory

DESCRIPTION "descrição textual da aplicação"

::= {performance 2}

Local OBJECT-TYPE

SYNTAX DisplayString

ACCESS read-only

STATUS mandatory

DESCRIPTION "nome do local onde roda"

::= { performance 3}

ConexAtiva OBJECT-TYPE

SYNTAX Counter

ACCESS read-only

STATUS mandatory

DESCRIPTION "Número de conexões ativas"

::= { performance 4}

END

 

6.CONCLUSÃO

Como as redes de computadores a cada dia evoluem, tornando-se maiores e mais complexas, torna-se imprescindível o seu gerenciamento.

Para o administrador da rede poder gerenciar melhor, deve ter à sua disposição o maior número possível de informações. E uma das formas é através do gerenciamento que acabamos de descrever.

A resposta normal e imediata para os problemas de performance do servidor Windows NT é adicionar mais recursos. Esta solução pode ser cara, além de que, se não for cuidadosamente planejada, pode não solucionar o problema.

Algumas sugestões para solucionar os problemas de performance seriam:

Rodar as aplicações que utilizam muita memória, quando o servidor não estiver muito ocupado, ou rodá-los em computadores de melhor peformance;

Balanceiam a carga nos servidores, distribuam as aplicações entre os servidores até que cada servidor mostre valores equivalentes razoáveis para os seguintes contadores:

  • Disco físico: % de tempo de disco;
  • Memória: Pag/seg;
  • Processador: % de tempo do processador;
  • Servidor: total de bytes por segundo
  • Liberar cartões de redes usados sem muita freqüência ou instalá-los em uma subrede que será usada mais freqüentemente.
  • Configurar a rede para que os servidores estejam na mesma subrede onde a maioria dos usuários acessam.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[ALV94] ALVES, Luiz. Comunicação de dados . São Paulo : Makron, 1994.

[CAR92] CARVALHO, Tereza Cristina M. B., Gerenciamento de redes: uma abordagem de sistemas abertos: São Paulo : Brisa, 1992.

[CAR94] CARVALHO, José Eduardo Maluf de. Aprendendo e utilizando Windows NT. São Paulo : Makron, 1994.

[CUS93] CUSTER, Helen, Windows NT. São Paulo : Makron, 1993.

[LEI93] LEINWAND, Allan, CONROY, Karen Fang. Network management: a pratical perspective. Reading : Addison Wesley, 1993.

[MIC95] MICROSOFT CORP. SNMP Management of Windows NT 3.51 from management consoles. 1995.

[MIC96] MICROSOFT CORP. Instructor notes module 12: implementing the Microsoft SNMP service. 1996.

[REC96] RECH FILHO, Armando. Estudo para implantação de uma gerência de rede corporativa utilizando arquitetura de protocolos abertos. Curitiba : CEFET-PR, 1996. Dissertação de mestrado (Curso de Pós-Graduação em Informática Industrial).

[SCH94] SCHILDT, Herbert. Windows NT: manual de programação. São Paulo : Makron, 1994.