FENASOFT 98 e DELPHI 4.0

Autora: Lisiane Maes Volpi - GPT

Neste artigo descreveremos como foi a Fenasoft 98 em termos de feira e congresso e, também, apresentaremos as características mais interessantes do Delphi 4, cujo lançamento ocorreu na feira.

A feira teve a mesma característica das últimas: bem mais comercial do que técnica, embora parecendo que as vendas não tenham sido tão boas este ano. Não se observou, como no ano passado, carrinhos com grandes caixas circulando na feira e muitas pessoas com vários pacotes.

Alguns produtos diferentes e que chamaram mais a atenção foram:

  • Um óculos virtual que é acoplado em um vídeo cassete ou TV e permite visualizar uma grande imagem, como se fosse um telão com fone estéreo, o que estiver passando na TV. Se o programa foi gravado em 3D a visualização também será em 3D. Também é possível assistir um canal diferente nos óculos e outro na TV. O custo dos óculos vai de U$400,00 a U$600,00.
  • Outro produto interessante é o Palm Pilot, em vários modelos e várias marcas. É um "microcomputador" com as funcionalidades mais básicas, com cara de windows mas só o básico. Tem editor de texto, desenho, mas tudo sem muito recurso. Ideal para quem não pode comprar um notebook e precisa registrar reuniões, palestras, ficar aproveitando tempo de espera escrevendo documentos. Permite registrar até 8Mb de texto sem formatação nenhuma e depois descarrega no microcomputador. Os valores variam de R$ 350,00 a R$ 590,00.
  • Também se via muitas câmeras fotográficas digitais. Tinha um modelo TCE (R$ 350,00) que armazenava 64 fotos, descarregava no micro e poderia bater novamente mais 64 fotos. Sem contar que as fotos batidas poderiam ser gerenciadas, excluindo alguma que não fosse ficar tão boa e bater outra no lugar. Outro modelo da Sony tinha até Zoom 10x com disquete, ou seja poderiam ser adquiridos vários disquetes e o limite de fotos poderia ser aumentado para uma viagem longa. Só que o custo desta é de R$ 1600,00.
  • Outro produto que se encontrava bastante era aquelas câmeras para videoconferência, chamadas Quick CAM (R$ 300,00), as quais podem ser conectadas a porta paralela junto com a impressora e permitem enviar imagens de vídeo do local. Uma minicâmera, que mais parece um microfone. Outra variação era a WEB CAM (R$ 400,00). Essa possibilita configurar e gerenciar remotamente. Pode ser colocada em qualquer ponto da cidade e enviar imagens para um lugar central. Por exemplo, de uma central seria possível ver o movimento das principais ruas da cidade e dos principais pontos turísticos, etc.

Os seminários da Fenasoft 98 tiveram uma freqüência bem menor este ano do que ano passado, pelo que observamos. Pouca procura pelo tema de Qualidade de Software, uma procura um pouco melhor sobre Banco de Dados Orientado a Objetos. As palestras foram em um nível bem superficial, a não ser uma palestra da CA com a apresentação do Jasmine. Foi falado de bancos de dados orientado a objetos, puro e híbrido. Foi enfatizado que os três tipos têm seu espaço levando em conta a maior complexidade das pesquisas. Levando em consideração principalmente tratamento de imagens, o puramente orientado a objetos é mais adequado. Houve algumas divergências nestes conceitos entre os palestrantes da CA (Jasmine puramente Orientado a Objetos) e Informix (Fornecedor de um Banco Objeto Relacional), mas nada de muito inovador do que temos visto nas palestras dos últimos anos.

Em uma apresentação da Oracle com o título "Como Aumentar a Produtividade no Desenvolvimento de Aplicações em Ambientes Corporativos" o segredo principal é utilizar ferramentas que propiciem o desenvolvimento automático o máximo possível, ou seja, ferramentas CASE e tudo o mais que tenha geração automática de código e utilize padrões abertos. E foram abordados principalmente requisitos que devem ser considerados para a escolha de ferramentas de desenvolvimento que possam integrar as novas tecnologias com os sistemas já existentes. Por exemplo, verificar quais os tipos de aplicações que serão desenvolvidos: OLTP, Web, Suporte a Decisão ou Usuário Final. Na hora de escolher ferramentas de desenvolvimento considerar principalmente a produtividade do desenvolvimento e integração com Banco de Dados, escalabilidade, portabilidade e disponibilidade transparente para a web e para múltiplas plataformas.

Em termos de software chamou a atenção a quantidade de jogos. E o mais interessante, foi o lançamento do Delphi 4 no dia 22/07, quarta-feira. Tive oportunidade de assistir uma apresentação do produto bem como brincar com ele no stand da Borland/Inprise. Na apresentação foram abordadas as novidades mais interessantes:

  • Os componentes para Internet não são mais ActiveX acoplados a linguagem. Agora fazem parte da VCL, portanto, melhorou a eficiência e o código fonte fica disponível;
  • A interface IDE, que sempre foi uma dificuldade devido ao número de janelas do ambiente, permite agora acopladar umas janelas às outras para melhorar a manipulação delas. As janelas e barras de ferramentas podem ser anexadas às demais janelas do ambiente, tornando-o altamente personalizável;
  • Agora é possível abrir vários projetos ao mesmo tempo, bem como gerenciar de uma forma bem prática os formulários dentro dos projetos, fazendo lembrar do ambiente Visual C++ em alguns aspectos. Observe a figura 1 (a seguir).
  • Algo bem interessante ocorre quando você clica em qualquer função: é possível ir direto para o código fonte dela, independente da biblioteca/unit em que ela esteja. Não será mais necessário ter que adivinhar em qual unit está definida alguma função.
  • Tem um Wizard (Assistente) mostrando os parâmetros das funções, procedures e métodos.
  • Vem um programa novo, o OpenHelp, para auxiliar na criação de documentos on-line fácil. Devem ter melhorado o que já vinha com os Delphi 2 e 3.
  • Permite depurar simultaneamente múltiplos processos; vem com um DebugInspector para monitorar propriedades dos componentes, um depurador (CPU View) para nível mais baixo. Permite depurar DLL e ActiveX, etc.
  • Implementa a interface COM através de propriedades.
  • A versão Client Server traz componentes para gerenciamento de objetos a distância, distribuídos. Componente CORBA, MIDAS, etc. No estilo dos demais objetos do Delphi, fazendo a camada que tira toda a complexidade sem onerar a performance. Tudo através de propriedades.
  • Várias funcionalidades novas para desenvolvimento de componentes.
  • Suporte a Microsoft Transaction Server (MTS) com wizards para Data Module e Objetos.
  • Exclusividade em trabalhar com bases de dados do Oracle 8. Além disso suporte a MS Access 97, suporte a Informix 9.0, e drives nativos para DB2, Informix, InterBAse, MS SQL Server, Oracle e Sybase. Suporte nativo para Paradox, FoxPro, dbase e Visual dBase 7.
  • Wizard para aplicações Web permitindo criação fácil de DLL’s para IIS (Internet Information Server), e arquivos executáveis padrão CGI e WinCGI.
  • Entre outras novidades.

A feira foi interessante nestes aspectos que eu acabei de relatar e para mim, que trabalho com Delphi, teve um gostinho a mais pelo lançamento e contato com a nova versão da ferramenta.