Fenasoft 1996 e os novos tempos da Informática

Escrito por Fernando José Fendrich - DITEC-E - Ramal 395

Lembro-me da primeira vez em que fui à Fenasoft, há alguns anos (1991 ou 1992, estou em dúvida). Havia aquela expectativa: qual será a novidade que encontraremos na Feira este ano ? Qual será a nova revolução da Informática que aparecerá na Feira? Naquele ano, ao visitar a Fenasoft, deparei-me, pela primeira vez, com os recursos da multimídia e fiquei maravilhado com as imagens e sons saindo dos micros, enquanto nós ainda estávamos às voltas com aqueles vídeos de fósforo verde.

Além disso, assistíamos palestras sobre as novidades da informática e não podíamos evitar a surpresa diante de determinados avanços de que tomávamos conhecimento. Desse modo, ir à Fenasoft, na minha experiência, esteve sempre ligado a conhecer o estado-da-arte em informática, seja pelas novidades da Feira, seja pelos avanços divulgados pelas palestras.

A informática muda tanto e em tão pouco tempo que estes acontecimentos de 4 ou 5 anos atrás parecem coisa de outra geração. Nos dias de hoje, a multimídia já é recurso normal e posso verificar que aqui na nossa própria Equipe de Desenvolvimento (DITEC-E) já construímos sistemas que além de som e imagem, mostram vídeos.

O que pudemos constatar na Fenasoft 1996 é que a evolução da informática acabou com esse papel de divulgação do estado-da-arte exercido pela Feira. Encontramos stands de grandes lojas varejistas, vendendo micros, impressoras e softwares à vontade, satisfazendo uma multidão de consumidores ávidos por compras, porém não houve aquele impacto das grandes novidades ou o assombro causado pelas revoluções que agitam periodicamente a informática.

Sinal dos tempos: com a Internet ao alcance da mão, todos os dias somos informados do estado-da-arte, das novas tecnologias, dos novos releases de softwares, fazemos download do que nos parece interessante e permanecemos informados do que acontece no mundo pela janela do nosso browser. Podemos entrar diretamente em contato com os fornecedores, sem intermediários, porque basta visitar suas home-pages e, caso encontremos algo interessante, deixar o nosso e-mail para contatos. Não há mais aquele impacto, aquele fator surpresa de outrora, porque hoje absorvemos as novidades aos poucos, todos os dias, na Internet.

Deste modo, há uma tendência de que, no futuro, Feiras e Congressos de Informática passem a oferecer aos profissionais que delas participam um diferencial de qualidade em relação ao que se encontra na Internet, programando palestras que abordem seus temas com maior profundidade, tornando-se um fórum para discussão dos rumos do mercado e antecipando as tendências que encontraremos nas páginas da Internet alguns meses depois. Essa transformação deve tornar ainda mais proveitosa a nossa participação, contribuindo para o crescimento profissional dos congressistas, para a sua atualização e para o intercâmbio de conhecimentos.

E, enquanto aguardamos a Fenasoft 1997, que tal visitar a Internet: a Feira de Informática Virtual?