Flagrantes: O dia em que passaram a mão na escada do Governador

Autores: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro e Levi Purcot


O dia em que passaram a mão na escada do Governador.

Já se passaram mais de 25 anos, e portanto a história está liberada para o público. Logo que o Governador do Estado, Paulo Pimentel, assumiu, ele resolveu visitar as empresas e órgãos do Governo. A CELEPAR como uma empresa nova e de tecnologia de ponta, foi escolhida para ser uma das primeiras.

Comitiva grande, Governador à frente, entram todos e visitam detalhadamente as instalações da CELEPAR, naqueles tempos bem mais acanhadas já que, nossa sede era apenas o prédio central.

Agora, um parênteses: Fazia alguns meses, que a laje da CELEPAR apresentava pequenas rachaduras que infiltravam a água da chuva. A solução indicada foi construir uma cobertura de telhas que, na época dessa visita, estava em construção.

No fim da visita, diz o Presidente: -- Senhor Governador, gostaria de ver a cobertura do telhado que estamos construindo?

-- Não sei, não será perigoso subir lá em cima?

-- Claro que não, e a vista é primorosa.

E toda a comitiva toca a subir na laje, por uma frágil escada encostada no prédio. De fato, a vista do alto era muito bonita, Curitiba tinha muito menos prédios (nenhum no Centro Cívico) e todos ficaram admirando a paisagem.

Disso se aproveitou um ex-colega nosso, por sinal muito gozador. Sabedor do que se passava, ele ficou de sobreaviso, até ver que todos haviam subido e a escada estava lá sozinha, sem ninguém cuidar, dando sopa.

Foi o que bastou para que nosso colega passasse a mão na escada, escondendo-a nos fundos do prédio. Feito isso ele se retirou para um lugar estratégico para ver o estrago. Quando as pessoas (e o Governador) quiseram descer, ...cadê a escada?

Todos começaram a berrar, tentando chamar a atenção de quem estava dentro do prédio. Lá de dentro, todos ouviam aquele griteiro, mas sem saber o que estava acontecendo. O presidente passou maus bocados, tentando explicar ao Governador (mas sem acreditar muito nisso), que alguém devia ter tirado a escada por engano, sem saber que as autoridades estavam lá em cima.

Não sabemos quais foram as conseqüências, mas o presidente deve ter pensado com os seus botões: "Caramba, com que turma eu trabalho. Aqui não dá pra deixar nem escada sem um guardião junto...".