Flagrantes: Que baita eletrificação

Autor: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro- GPT


Não só ex-diretores dão ótimo material de trabalho.Também ex-gerentes. Então, juntando os dois, aqui vai nossa história (verídica como sempre) desse mês, ocorrida no ano passado.

Reunião da ABEP. Local: belíssima capital nordestina. A nata da informática pública estadual reunida em peso. Intervalo do café. Criam-se as rodinhas, na qual se fala de tudo. Na verdade, esse é o grande motivo dessas reuniões: a criação e a renovação de contatos entre todas as co-irmãs. Troca de experiências, ... como foi que vocês resolveram?... e assim por diante. Fim do intervalo do café, e todos se dirigem ao salão. Este é pequeno e tem muita gente: cumpre não se atrasar para pegar um bom lugar.

Só que uma das rodinhas tratava assunto interessante e difícil de cortar pela metade. Quando o mesmo pôde ser interrompido, todos debandaram ao salão, onde a próxima palestra já havia começado. Esse, não muito grande, estava quase cheio. O palestrante falava não muito alto e, em resumo: o silêncio chegava a incomodar. Nosso personagem queria entrar, mas não queria interromper. O salão cheio não ajudava. Percorreu visualmente as cadeiras e voilà, havia uma poltrona vazia, por sorte ao lado de uma colega aqui da Celepar, companhia agradável, ótimo lugar. Só tinha um pequeno problema: estava ao lado de uma improvisada, amadorística e tosca instalação elétrica: fios, extensões, tomadas, tudo meio misturado numa promiscuidade levemente assustadora.

Se só há um lugar, que seja esse - já ensinava Sherlock Holmes - e lá se foi nosso personagem. Com cerca de 1,90m era difícil passar desapercebido, ainda mais que o piso era daqueles que fazia toc toc a cada passo. Paciência, passos leves e ar de que não tenho nada com isso.

O palestrante percebeu a interrupção lançou um olhar congelante e seguiu falando, torcendo para não ser mais desviado de sua atenção. Nosso colega andando devagar (lembrem-se do toc toc), e movendo-se calmamente (1,90m de altura) chegou até o lugar. Dá licença, desculpe, dá licença... quando ele ia sentar na poltrona, deu azar e pisou num fio desencapado.

Adivinhe leitor, o que aconteceu: uma explosão, tão maior quanto mais pesado era o silêncio anterior. Um clarão, e fumaça, muita fumaça; ninguém sabia que nosso colega tinha tanta agilidade, tamanho foi o pulo. Já seria tragédia demais a palestra interrompida, risos nem tão abafados assim já prontos para espoucar, cenhos franzidos já seria demais, mas ainda não foi o bastante: terminou o 'caso' um grito da nossa colega. Mas não foi um gritinho qualquer, foi um AIIIIII, pra ninguém botar defeito. Nessa hora, os risos ainda meio abafados, estouraram de vez. Pra encerrar, levou uns bons 10 minutos até o palestrante poder voltar a falar. Até ele, com sua sisudez, acabou soltando uma leve gargalhada.