Flagrantes - Que bolsa obducta

Autor: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro

Nossa história é recente, aconteceu faz alguns meses. Uma colega nossa, analista valente, dessas que enfrentam com sucesso qualquer parada. Resolveu fazer uma ronda de visitas aos seus clientes, e calhou que em uma das visitas, haveria uma pequena cerimônia de assinatura de uma fatura volumosa.

Nesse dia, vestida na maior elegância, lá se vai nossa colega. Chega no cliente. Este está todo engravatado. Formalismo e rapapés à direita e à esquerda, chega a hora de assinar a dita cuja.

Caneta, caneta, cadê a caneta? Como assinar o papel se ninguém tem uma caneta? Nisso, a analista lembrou que carregava na bolsa uma caneta, dessas que têm um cordão para pendurar no pescoço.

Aqui, um parênteses: Dizem os especialistas que uma bolsa de mulher executiva carrega em média 680 objetos. Como em geral as bolsas são pequenas, imagina-se que as coisas estejam ligeiramente apertadas lá dentro. Fim do parênteses.

Eu tenho uma caneta, ela exclamou!

Dito isto, abriu a bolsa e puxou a caneta. Que tinha um cordão na ponta. Que estava enrolado a um absorvente. Que deu um piparote e saiu voando da bolsa, caindo no meio da mesa. Foi aquele mal estar... Todo mundo, meio sem saber o que fazer com as mãos. Nossa analista não perdeu o pique. Exclamou: acho que isto é meu, e tranqüilamente tornou a guardá-lo na bolsa. A assinatura correu tranqüila depois.