Impressões

Autor: Jerson Luiz Ern - DITEC-F - Ramal 434

Realizado no período de 09 a 13 de setembro de 96, o COMDEX reuniu no Palácio de Convenções do Anhembi o Congresso Técnico - 100 palestras - e a Feira de Informática - 770 empresas, num evento que mostra a situação atual no Brasil e as tendências da tecnologia da informação a nível mundial.

Para ilustrar um panorama geral das minhas impressões pessoais, de colegas da CELEPAR e de outros participantes, logo após terem assistido a palestras ou visitado os estandes, apresento algumas observações colhidas:

"Pouca novidade, voltado às revendas, palestra fraca, não tinham conhecimento suficiente, muita pirotecnia, boa palestra - com experiência no assunto, pouco profissional - só queriam vender o peixe de sua empresa, pouca praticidade, fora da realidade, muitas empresas novas, aquele software eu não conhecia, tinha empresários de Portugal, Taiwan, Hong Kong, fui num estande em que todos só falavam Chines"

Estas frases refletem as tendências, sentimentos e mesmo as preocupações dos profissionais em relação a situação da informática, apresentada na imensa vitrine que é o COMDEX.

Com a variedade de tecnologia observada e a maciça gama de informações recebidas, alguns deviam se imaginar atuando, já em seu próximo projeto, como um dos participantes empenhados na construção de uma Torre de Babel, em equipes multi-disciplinares, utilizando diferentes plataformas de hardware, software e de comunicações, com o desafio de gerar soluções entendidas por todos e integradas a nível mundial.

À parte os desafios e problemas atuais a serem superados, alguém lembrou que o mainframe não foi assassinado pelo microcomputador, vítima do downsiing. Passados 4 anos, esse problema foi superado, hoje estão convivendo pacificamente. As vítimas reais foram as empresas, gerentes e técnicos, inebriados por mais um modismo radical da Informática conjugado com outro da Administração, a Reengenharia.

Observou-se que a luta pela conquista de clientes, tem como foco o desenvolvimento de soluções integradas, prometida e oferecida por um crescente número de empresas de consultoria. O enfoque de marketing deslocou-se dos equipamentos e software para um aspecto de maior significado para as empresas: a lucratividade, decorrente das soluções inovadoras propiciadas pelos novos produtos.

Para os técnicos, as mudanças no ambiente de trabalho são representativas, as soluções devem ser fruto do esforço conjunto com profissionais de outras áreas do conhecimento. Das equipes de projeto participam hoje Médicos, Artistas, Designers e outros, necessários nas produções Multimídia e Home-Pages da Internet.

Pela quantidade de empresas instaladas no Anhembi, parece-nos que todas as tecnologias, tendências e tipos de solução, têm pelo menos um representante na feira. Observa-se que as grandes multinacionais da informática estão em contínua reestruturação, pelo tamanho e lay-out dos estandes, equipamentos e software apresentados, pela nova postura de vendedores e técnicos, pontos que refletem a crescente concorrência e a corrida acirrada em busca do cliente. Um segmento especial do Congresso, o EDUCANDO, com empresas e escolas fazendo o lançamento de software criativo, demonstrou o uso da potencialidade da informática na formação de uma nova geração, justamente através da habilitação inicial das crianças. Escolas públicas estão promovendo a disseminação do conhecimento da tecnologia, como meio alavancador para o progresso nas comunidades da capital e do interior.

As soluções através da Internet, inseridas como evento especial, demonstram o avanço para a conectividade e comunicação global, em rumo, quiçá, à queda das barreiras geográficas e ideológicas, da democratização das informações, propiciando aos cidadãos e comunidades a oportunidade de navegar no espaço cibernético divulgando suas idéias e oferecendo produtos em todos os mercados do mundo.

O COMDEX caracterizou bem a necessidade da constante e imprescindível necessidade de atualização e compartilhamento dos conhecimentos dos profissionais de informática, da participação em trabalhos de equipe, visando a melhoria de produtos e serviços oferecidos aos seus clientes.

Fica patente, em especial, a responsabilidade dos técnicos de informática das Empresas Públicas, cujo trabalho deve ter como resultado final o fornecimento de serviços com alta qualidade, aplicados aos sistemas e às funções vitais que o Estado deve prover aos cidadãos.