Latinoware Mercosul

Representantes do Brasil e do exterior discutem na capital paranaense os avanços dos programas de código aberto

Mais de uma centena de palestras, minicursos, painés, encontros de comunidades e a presença de alguns ícones do movimento software livre internacional. O que era para ser um encontro preparatório à Conferência Internacional que será realizada em Foz do Iguaçu no final deste ano, acabou se transformando no segundo maior evento de software livre já realizado no país.

A Conferência Latino-Americana de Software Livre – Latinoware Mercosul, realizada em Curitiba em novembro do ano passado, reuniu 1252 participantes, a metade do Paraná, além de representantes de quase todos os estados brasileiros e de países como o Uruguai, Venezuela, Colômbia, Chile, Paraguai, Estados Unidos e Finlândia.

Entre os palestrantes, Nathan Wilson, do estúdio cinematográfico Dreamworks - produtora de filmes como Shrek e Madagascar -, contagiou o público com sua exposição sobre a aplicação de programas de código aberto na animação dos recentes lançamentos da produtora norte-americana. Outros dois destaques do evento foram o diretor-executivo da Fundação Gnome - interface gráfica de desktops - Timothy Ney, e o presidente da Linux Internacional, Jon "Maddog Hall", que encerrou a Latinoware prevendo que em 5 anos entre 30 e 50% dos computadores do planeta funcionarão com software livre.

A Latinoware também foi palco de outros importantes encontros, como o que reuniu representantes governamentais e de universidades do Brasil, Colômbia, Chile, Uruguai e Venezuela no lançamento do Observatório Ibero-Americano para o Conhecimento Livre. O saldo dessa reunião foi a assinatura de um protocolo de intenções entre Governo do Paraná, Junta Departamental de San José (Uruguai), Universidade de Bío-Bío Concepcion (Chile), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Local e Regional (Colômbia), Ministério da Ciência e Tecnologia da Venezuela e o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação-ITI (Brasil), para a difusão do conhecimento sobre software livre na administração pública.

Outro painel bastante concorrido - Software Livre: uma questão de liberdade -, reuniu como debatedores o secretário de Assuntos Estratégicos do Paraná, Nizan Pereira; o presidente da Celepar, Marcos Mazoni; Sérgio Amadeu, professor das Faculdades Cásper Líbero (SP); Marcos Sunye, da Universidade Federal do Paraná; Joaquim Valverde, das Faculdades ESEEI e Glauco Gomes Menezes, da Secretaria da Educação do Paraná.

Um fato que chamou a atenção foi a disputa por vagas nas salas onde realizaram-se as oficinas e cursos sobre os diversos modelos de sistemas eletrônicos. Muitas oficinas tiveram que ser repetidas em vista do número de participantes ter superado a expectativa dos organizadores. A participação dos servidores públicos estaduais ligados à tecnologia da informação foi outro destaque da Conferência. Isto mostra porque o Governo do Paraná é o principal usuário e desenvolvedor de software livre do país. Para a Celepar – Informática do Paraná, a Latinoware Mercosul foi uma grande vitrine para exibir seus produtos e aprofundar a política de desenvolvimento de programas de código aberto, uma das principais marcas da atual gestão da empresa.