Meios de Comunicação - Par Trançado em Comunicação de Dados

Autor: Douglas José Peixoto Azevedo

1 Introdução

Nos últimos anos, muito se tem discutido e falado sobre as novas tecnologias de hardware e software de rede disponíveis no mercado. Engana-se, porém, quem pensa que esses produtos podem resolver todos os problemas de processamento da empresa. Infelizmente, o mercado em equipamento envolve cifras elevadas, mas é preciso que se dê também atenção especial à estrutura de cabeamento, uma das peças-chave para o sucesso dos ambientes distribuídos. A ausência de investimentos com o cabeamento por parte das empresas faz com que o mercado apresente estatísticas alarmantes de problemas ocorridos. Conforme pesquisas, o cabeamento hoje é responsável por 80% das falhas físicas de uma rede, e oito em cada dez problemas detectados referem-se a cabos mal instalados ou em estado precário. O trabalho está assim estruturado: iniciamos mostrando as topologias de redes, depois os meios de transmissão, onde faremos um enfoque especial no uso do par trançado.

2 Rede de Computadores - Conceito

2.1 Introdução

Rede de computadores é uma designação genérica que abrange qualquer sistema, interligando núcleos de processamento e que permite a um usuário de processamento de dados utilizar, num local, funções ou serviços de processamento de dados remotamente situados. "Uma rede local é uma rede de comunicação que permite a interconexão de uma variedade de dispositivos dentro de uma pequena área geográfica" 1 Essa conceituação se baseia em três pontos básicos:

  • O primeiro ponto é que uma rede local é uma rede de comunicação de dados.
  • O segundo é que uma rede local é feita para interligar uma grande variedade de dispositivos, de diferentes tipos, modelos, marcas e finalidades.
  • Em terceiro, a rede local tem uma abrangência geográfica limitada se comparada com similares de comunicação de dados existentes, tais como a rede de longo alcance ou uma rede de teleprocessamento.

Esses três pontos básicos caracterizam perfeitamente uma rede local.

2.2 Topologias

A topologia da rede se refere à rota pela qual os dados percorrem a rede. Ela determina a forma em que as diversas estações estarão interconectadas Existem três tipos básicos de topologias: estrela; anel e barra.

2.2.1 Topologia em Estrela

Nesta topologia, todos os nós são ligados a um nó central, através do qual todos os dados passam.

 

Esta configuração pode ser vista como um caso particular de uma rede de longa distância, na qual a sub-rede de comunicação é formada por apenas um nó de comutação. A configuração da topologia é modular, onde o servidor alimenta o HUB, peça fundamental na tecnologia 10Base-T.

2.2.2 Topologia em Anel

Uma rede organizada em anel é formada por estações de trabalho ligadas em série, formando uma malha fechada. Normalmente, cada estação é ligada à rede através de uma interface especial, que é responsável por retransmitir os dados que não são destinados aquele nó, ler os dados destinados e inserir dados enviados pelo nó.

2.2.3 Topologia em Barra Comum

Nesta organização os nós compartilham o meio de transmissão através de interfaces passivas. Esta organização é similar à organização interna dos computadores, que usam uma barra para conectar a CPU aos periféricos.

3 Meios deTransmissão

Podemos definir como a conexão física entre as estações da rede. Geralmente eles diferem com relação à faixa passante, potencial para conexão ponto a ponto ou multiponto, limitação a ruído, custo à atenuação característica do meio, imunidade a ruído, custo, disponibilidade de componentes e confiabilidade. A escolha do meio de transmissão adequado às aplicações é extremamente importante não só pelos motivos mencionados, mas também pelo fato de que ele influencia diretamente no custo das interfaces com a rede.

Os meios de transmissão mais comumente usados são o par trançado, o cabo coaxial e a fibra ótica.

O nosso estudo irá se concentrar no par trançado que são fios enrolados em espiral de forma a reduzir o ruído e manter as propriedades elétricas do meio através de todo o seu comprimento.

3.1 Uso do Par Trançado

Par trançado é o meio de transmissão de menor custo por comprimento. A ligação de nós ao cabo é também extremamente simples.

O par trançado se adapta muito bem às redes em estrela e às redes em anel, uma vez que a atenuação e o desbalanceamento dos pares pode ser corrigida pelos repetidores.

Antes, a quebra do cabo implicava na parada total da rede. Até surgir a tecnologia de par-trançado (10Base T) para a tranqüilidade geral da nação de redes, modificando o lay-out do meio físico do sistema.

3.2 Tipo de Cabeamento - Par Trançado Não Blindado

Existem 3 tipos de cabeamento par trançado não blindado - UTP.

3.2.1 Categoria 3

UTP Categoria 3 deve ser usado em aplicações com taxa de transmissões menores ou iguais a 10 Mbps. Este cabo cumpre as recomendações elétricas e de distância do EIA/TIA 568 e TSB 36. Entre as utilizações possíveis estão voz, dados de baixa taxa, 10Base-T e Token-Ring 4 Mpbs. Alcance a 10 Mhz é de 100 metros.

3.2.2 Categoria 4

UTP Categoria 4 indicado para aplicações com taxas de transmissão menores ou iguais a 16 Mpbs. Suas principais características são alta rejeição de crosstalk e baixa atenuação. Sua principal utilização é Token-Ring 16 Mpbs além das aplicações da categoria 3. Alcance a 10 Mhz é de 136 metros.

3.2.3 Categoria 5

UTP Categoria 5 é bem empregado para taxas de até 100 Mpbs. Este cabo é recomendado para redes de grande distância e redes com altas taxas de transmissão. Alcance a 10 Mhz é de 150 metros.

A vantagem desta categoria é a distância máxima possível de cabeamento. A arquitetura em estrela causa normalmente um acréscimo na distância ponto a ponto dos cabos, que pode ser superado se os hubs forem instalados de maneira bem distribuída.

No caso do hub stackable é necessário que todos os hubs estejam juntos. O tamanho máximo de um cabo não é somente dependente de sua categoria, mas também dos conectores para instalação.

Observa-se um alcance de até 150 metros para 10Base-T. Este máximo é teórico. Na prática, temos que acrescentar os conectores e patches que estejam no caminho. Em uma instalação com um patch cable de um metro, um patch panel, uma tomada de parede e um cabo de um metro para ligar o micro, seria necessário calcular a perda nestas conexões para obter o tamanho máximo de cabo.

O grande apelo da categoria 5 é a possibilidade de migrar para redes de 100 Mpbs. Estas redes estarão disponíveis em breve a custo acessível e serão indispensáveis para aplicações de alta demanda de rede como banco de dados de grande porte e processamento numérico intenso.

O mais importante para o funcionamento correto de uma rede com cabeamento UTP é a qualidade da instalação. Não se pode simplesmente jogar o cabo em algum lugar, enfiar em sua ponta um conector qualquer e esperar que tudo funcione maravilhosamente bem. A conectorização de um cabo UTP também não é tão simples assim, mesmo não havendo atenuação curta ou mau contato.

4 Conclusão

Para concluir, realmente a escolha correta da estrutura do cabeamento é tão importante quanto a escolha e aquisição dos equipamentos e dos sistemas de sua rede. Então escolha o melhor cabeamento para que a sua rede não fique parada por causa de um "fio".

5. Bibliografia

1. BARROS, Romualdo H. Monteiro de. Escolha o melhor cabo para a rede. PC Mundo, Rio de Janeiro, v. 7, n.83, p36-37, jun. 1992.

2. GRACIA, Jones. Ethernet em par- trançado. PC Mundo, Rio de Janeiro, v. 7, n.83, p35-37, jun. 1992.

3. FURTADO, Alberto. Vantagens na Instalação. Connections, Rio de Janeiro, n.18, p 32-33, nov. 1993.

4. CASTRO JR., José Valter T. Mudanças na Instalação. Connections, Rio de Janeiro, n.20, p 24-25, jan / 1994

5. DAMASIO, Esther. Por um fio. Connections, Rio de Janeiro, n.20, p 20-21, jan. 1994.

6. MATOS, Alessando Matos, A rede por um fio. Connections, Rio de Janeiro, n.40 p52-54, set. 1994.

7. ZAKIR JR; José. Redes locais: estudos de seus elementos: , Rio de Janeiro, Editora LTC, 1998.

8. SOARES, Luis Fernando Gomes. Redes locais. Rio de Janeiro, Campus, 1986.

9. DERFLER, Frank J. Como funcionam as re des. Rio de Janeiro, Quark, 1993.