NETWORK COMPUTING - O restante da estória

Autores: A. Apyel, M. Zboray e por J. Pultz - Gartner Group

Este artigo foi produzido a partir de informações extraídas das publicações do Gartner Group, do qual somos assinantes, cujo título original é Network Computing: the rest of the story, escrito A. Apyel, M. Zboray e por J. Pultz, publicado em 02 de dezembro de 1997 e traduzido para ser divulgado no Bate Byte. Entretanto, apesar do Gartner Group ser a fonte original da informação, ele não é responsável pela tradução e adaptação da mesma. Este trabalho foi realizado por Marcelo G. Persicotti e revisado por Maria José Resmer e Sara Fichman Raskin.

"Network computing" é um tópico quente entre arquitetos de aplicações, mas muito desta discussão tem sido centralizada ao redor da porção ''computing'' da arquitetura. Aqui, nós discutimos os assuntos que giram em torno da parte "network" de "network computing".

Network computing, quando comparada às arquiteturas tradicionais cliente/servidor, tem oferecido às empresas a promessa de menor custo total de propriedade (TCO), desenvolvimento mais rápido de aplicações e disponibilidade de aplicações para grupos maiores de usuários. Embora a indústria esteja agitada com novidades sobre novos equipamentos desktop - seja Java Network Computers, Terminais Baseados em Windows ou outros produtos - nós acreditamos que a ênfase no "desktop" é mal empregada.

Afirmamos que projetos de "network computing" distribuídos que não consideram as limitações da rede, falharão. Estimamos que 80 por cento das aplicações desenvolvidas para WAN/network computing falharão em encontrar as expectativas das empresas devido aos limites da rede. As empresas têm assumido erroneamente que as redes atuais são suficientemente confiáveis, têm largura de banda suficientemente largas e latência suficientemente baixa para suportar um modelo de computação centralizado em rede em qualquer equipamento (incluindo PCs). Vamos discutir, porque isto não é verdade.

Em primeiro lugar, um ambiente puramente LAN constituído de segmentos de 10 megabits ou 100 megabits conectados com roteadores, pode normalmente suportar "network computing" em termos de largura de banda e latência. Porém, como o trabalho off-line é quase impossível com a arquitetura atual de network computing, as empresas precisam criar redes com maior tolerância a falhas e alta disponibilidade. Com PCs que têm aplicações locais, quedas na rede não impedem, necessariamente, os funcionários de trabalhar. Usando network computing, melhorias precisam ser feitas na infra-estrutura das LANs, como o desenvolvimento de rotas alternativas, para assegurar aos usuários um nível comparável de disponibilidade.

Em segundo lugar, network computing pode ser implementada em ambientes de campus que incluem LANs, bem como campus backbones. Backbones mais velhos baseados em FDDI (Fiber Distributed Data Interface) ou tecnologia Token Ring podem não estar aptos a suportar o aumento de tráfego de rede que pode resultar de uma mudança para network computing. Embora a média de carga em muitas LANs deva ser menor que dez por cento, horas de pico podem exigir das redes mais de 80 por cento de sua capacidade, e as perdas de conexão são raramente recuperadas rapidamente nestes tipos de problemas. As empresas que estão planejando implementar network computing devem mudar para arquiteturas de maior velocidade e resistir ao impulso de radicalmente recentralizar servidores em um pequeno conjunto de dados centralizados, a menos que suas redes sejam projetadas para acompanhar o ritmo dos novos equipamentos. Manter os servidores próximos de seus usuários que estão executando aplicações NC irá também ajudar a aliviar o peso do gerenciamento de tráfego das empresas. Quanto mais centralizados os servidores das empresas, maior será a necessidade de redes backbone de alta velocidade. Em 2002, a tecnologia de cache ("caching") será construída dentro dos switches de rede para simplificar o projeto das redes e limitar os picos causados pelos network computers e pelas aplicações de network computing (probabilidade 0.8).

E, por último, as empresas podem tentar disponibilizar aplicações de network computing através de WANs, mas as redes de dados privadas (de wide-area) atuais não estão prontas para suportar network computing. Isto se dá porque a largura de banda de WAN disponível é tipicamente de um décimo a um centésimo da largura de banda de uma LAN. A latência através de uma rede de dados WAN é afetada não somente pelo tráfego de rede de uma empresa, mas também por outros clientes do provedor. Embora as ferramentas de projeto e análise para redes WAN estejam disponíveis, elas não são amplamente usadas e sua disponibilização com sucesso requer retreinamento substancial de profissionais de rede. O projeto de novas aplicações usando um modelo de network computing irá obrigar o uso de servidores distribuídos ou o "cacheamento" de aplicações até 2002 devido à insuficiência de largura de banda de WAN (probabilidade 0.9). Além disto, para gerenciar eficientemente a rede WAN, as empresas terão que adotar uma abordagem que use ferramentas automatizadas para os projetos de redes e considerar o desenvolvimento de aplicações.

Conclusão: enquanto líderes de indústrias debatem os méritos das arquiteturas de network computing ou o uso de novos equipamentos como network computers baseados em Java, as empresas devem se preparar para o efeito em suas redes. A rede será exigida em todos os momentos. Desde o instante em que o executável é movimentado pela rede, até após o início de sua execução. Empresas de ponta que colocam em operação aplicações de network computing precisarão mudar seus recursos em duas direções: alocar mais recursos do orçamento para aumentar a largura de banda da rede e aumentar a quantidade de pessoal de apoio que administrará a rede agora hipercrítica. Além disto, planejadores de redes têm que utilizar ferramentas de projeto de rede para evitar o desenvolvimento de aplicações que não possam ser suportadas pela WAN. As empresas necessitarão adotar novas abordagens (por exemplo, caching) para solucionar esta pressão que aparecerá na rede quando estas novas aplicações forem adotadas.