O Caso das Bolachas Emboloradas

Autor: Djair Pacheco

Este "causo" não é muito antigo, já que aconteceu no ano passado.

No início do mês, como de costume, recolhi o Ticket Alimentação dos colegas e fui ao supermercado comprar bolachas para o nosso setor. (Obs.: a nossa empresa só fornece café). Ao chegar no mercado, vi que havia uma promoção de bolachas do tipo "champagne", as minhas favoritas, e resolvi comprar todo o lote.

No dia seguinte, após já ter aberto o primeiro pacote e provado algumas bolachas, percebi que as unidades do fundo estavam começando a ficar emboloradas. Resolvi averiguar os demais pacotes e, para meu espanto, notei que todos eles também continham bolachas emboloradas, algumas já em estado lastimável.

Para piorar a situação, o mercado onde eu havia comprado a mercadoria estava em processo de falência, de forma que, dificilmente, conseguiria trocá-la, já que a maioria das prateleiras estava vazia, especialmente a das bolachas. Como também não tinha coragem de jogar aquele monte de pacotes na lixeira, resolvi escrever um aviso em letras garrafais dizendo: "CUIDADO! BOLACHAS COM BOLOR" e o afixei num lugar bem visível, na sala de café.

Logicamente, não faltaram críticas à minha pessoa. Chamaram-me de mão-de-vaca (por ter comprado bolachas em promoção), egoísta (por só ter comprado bolachas do tipo que eu gostava) e otário (por razões óbvias). Como sabia que eram apenas "brincadeiras" dos colegas, resolvi dar tempo ao tempo até que as bolachas apodrecessem de vez e alguém resolvesse, finalmente, jogá-las fora.

Porém, para minha grande surpresa, percebi que a quantidade de pacotes começou a diminuir com o decorrer do tempo, e foi assim num crescendo até terminar completamente antes do final do mês.

Após o término do último pacote, sentei-me diante do meu terminal e, numa espécie de vingança, escrevi o seguinte poema, que foi devidamente afixado em cima do aviso anterior: