Onze anos do Bate Byte

Aos 11 anos uma casa já começa a demonstrar sinais da passagem do tempo. Torneiras começam a gotejar, as cores originais estão meio esmaecidas é hora de dar um trato nela. Aos 11 anos, um programa de computador já não é mais o mesmo do seu começo. Foi tão consertado, depurado, corrigido, modificado, xunxado como se diz, que contemplá-lo é apenas ter um rápido vislumbre do que ele foi. Aos 11 anos, um automóvel, se é que ainda funciona, já está batendo pino, cheio de barulhos e quisilas, solta fumaça azul, faz barulho e não anda. Um gatinho aos 11 anos, tão saltitante e brincalhão quando pequeno, está velho e cansado, aguarda a morte. Um computador aos 11 anos, já foi para o ferro velho há uns 5, no mínimo. Um menino, aos 11 anos, é uma criança. Guarda no bolso da calça um barbante, um chiclete meio usado, uns trecos que não dá para reconhecer. Ainda gosta um pouco dos Pokemons, mas já está no ginásio, aprende física e biologia. Começa a lançar uns olhares meio enviezados para as meninas, que a adolescência está aí, na porta. Até ontem eram umas chatas, mas amanhã, quem sabe ? Não produziu nada muito digno de registro, mas já tem todas as potencialidades. Ele ainda não sabe, mas talvez já seja um prêmio Nobel ou um presidente da república ou simplesmente um sujeito decente e trabalhador, o que - convenhamos -- não é pouco.

Toda essa conversa sobre 11 anos vem a respeito do aniversário do nosso Bate Byte. Não sabemos se é uma casa, um computador, um carro, um gatinho, um software ou um menino ou afinal o que é que ele é. O que sabemos é que ele, aos poucos, ganha vida própria, desenvolve suas potencialidades, cria intimidades, entra na vida das pessoas. Achamos que dá para convidar você, leitor, a comemorar o aniversário do nosso menino, o Bate Byte.

Comitê Editorial