Plano Diretor de Informática e a Integração

Autor: Julian Carlo Fagotti

 

O processo de informatização de governos criou um oceano de dados e mares de tecnologias. O que foi feito varia de tecnologia de acordo com a época e suas tendências, criando assim inúmeros dados incomunicáveis. Em termos de hardware fomos do Mainframe, à morte do Mainframe, às plataformas baixas, à volta do Mainframe, e depois dos computadores em cluster. No mundo do software foram inúmeros sistemas operacionais, bancos de dados, processadores de textos e outros produtos genéricos e específicos.

A própria informática que veio para integrar informações é elemento desintegrador. A informática que nasceu como um processamento lógico de dados, logo começou a trazer aspectos da evolução de seus criadores como de qualquer ser vivo: capacidade ou incapacidade de adaptação de determinados ciclos de vida e preservação da espécie. O mundo da informação convive com diversas “espécies”: Mainframes dinossauros convivendo com ratinhos e pads. Outras experiências que não sobrevi-veram, como o computador Amiga por exemplo, acabaram contribuindo para as novas espécies vindouras. O nome de ar-quivos que era de 4 dígitos, passou para uma infinidade de caracteres, inclusive com acentuação e cedilhas (foi isso que determinou que o projeto “Unics” tivesse o nome “UNIX”). Capacidade de processamento de máquinas que ocupavam salas inteiras cabem em relógios de pulso. Era impossível prever os rumos dos bytes e muita gente apostou em tendências que levavam ao beco sem saída.

O que se sabe hoje é que nem tudo que é antigo é ruim, que nem tudo que é novo vai perdurar. Por isso a capacidade de trabalhar com várias plataformas - livres e proprietárias, antigas e novas, é a única aposta duradoura.

É este estágio da Informática que permite a elaboração do Plano Diretor de Informática, proposto pela Comissão de Sistemas de Informações de Telecomunicações - COSIT. Este Plano Diretor, realizado pelo conjunto dos órgãos do Estado, possibilitará alguma integração de sistemas antigos com bases tecnológicas diferentes. A elaboração de sistemas compartilhados entre órgãos do Estado - um sistema da Secretaria de Meio Ambiente pode servir à Sanepar - Companhia de Saneamento do Paraná, e assim ter mais produtividade no desenvolvimento de sistemas e, conseqüente, maior possibilidade de evolução dos produtos. Um ou outro sistema antigo às vezes não é viável migrá-lo para uma base tecnológica mais moderna, mas se esta base tecnológica está presente em muitos locais, o grau de importância desta modernização começa a ser viável.

O impacto da realização do Plano Diretor de Informática é de médio e longo prazo. Não resolve os problemas da semana que vem. Mas não realizá-lo é criar problemas para o ano que vem.

Assessoria de Comunicação