Por que utilizar software livre?

Autor: Fabiano Augusto Parizotto Mormul

 

Primeiramente temos de entender o que é software livre e o seu conceito. Este conceito pode ser definido em quatro liberdades.

A liberdade de executar o programa para qualquer propósito;

A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades;

A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar o seu próximo;

A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie.

Hoje existe uma grande dependência dos governos e das empresas da tecnologia da informação. Ela exerce um papel muito importante para agilizar processo e prover serviços. Porém, isso requer altos investimentos em computadores e software.

Em um grande parque de computadores são necessários milhares de aplicativos e obviamente um grande número de licenças de software. Sistemas operacionais, aplicativos para escritório, etc. Se levarmos em conta que o custo de software (Windows, Microsoft Office, Antivírus e compactador) para uma estação de trabalho, é de aproximadamente R$ 2.800,00, imagine que o parque total de equipamentos instalado seja de 1.000 computadores, e que para cada máquina é necessário um conjunto de licença. Também é necessário que de tempos em tempos seja feita a atualização destes aplicativos. O custo realmente é muito alto. Além disso, outro problema é que existe uma grande dependência das empresas, por parte da plataforma tecnológica que ela utiliza. Se não houvesse uma alternativa, os custos tornariam-se-iam cada vez maiores.

É aqui que entra a importância do software livre. O sistema operacional Linux, a Suite de escritório OpenOffice.org e o Gimp, entre outros, são alternativas aos seus respectivos equivalentes da plataforma proprietária. Então, por que não utilizar, mesmo que parcialmente? Afinal, um processo de migração leva algum tempo, é importante e necessário uma prospecção destes aplicativos e adaptação de diversos sistemas. Mas como começar a utilizar. Uma das dicas seria começar com o OpenOffice que funciona também no Windows. Existem pequenas diferenças entre o software proprietário e o equivalente em software livre. O que deve ser levado em conta é que 90% dos usuários utilizam menos de 7% de uma planilha ou então de um editor de texto. O Gimp é uma alternativa viável ao PhotoShop e PhotoPaint, entre outros. Hoje está na versão 2.0 que também roda em Windows. Existem outras equivalências, navegadores, banco de dados, etc. A Internet é uma excelente ferramenta para a busca de software livre, através de sites especializados e grupos de usuários de software livre.

Outro aspecto importante está relacionado ao desenvolvimento de sistemas. Existem algumas necessidades que são compartilhadas por diversas instituições, como por exemplo o Governo do Estado do Paraná. Hoje existe uma grande necessidade de se substituir o Lotus Notes por outra ferramenta de Groupware. A alternativa que estamos implantando é o Expresso, nome fantasia dado ao egroupware que já é utilizado por diversas empresas, instituições nacionais e internacionais. A vantagem é que determinadas funcionalidades são necessidades de uma ou mais instituições, portanto, se estas empresas utilizam-se da mesma ferramenta, é possível desenvolver projetos e aplicações de forma cooperada, dividindo assim todos os custos e o trabalho de desenvolvimento por toda a comunidade. Ou seja, o Paraná trabalha no desenvolvimento de uma funcionalidade e o Governo Federal em outra.

Existem outras iniciativas dentro do governo, o Latinux, por exemplo, que tem a finalidade de customizar uma distribuição Linux para atender especificamente instituições governamentais. Isso não implica na utilização de uma única distribuição, mas sim, em prospectar e documentar soluções que se aplicam a qualquer Linux. Estamos implementando o xoops como ferramenta de geração de portais. Nagios, Ossim, MRTG, nessus, nmap para gerenciamento de rede, etc.

As alternativas existem, é necessário somente perder o medo da mudança.