Sindicalismo de resultado e o modelo convencional

Autor: Ivan de Barros Ravedutti


SINDICALISMO DE RESULTADO
E O MODELO CONVENCIONAL

PAINEL:

PAINELISTAS: Aloísio Azevedo (OIT)
Júlio Lobos (FIESP) Paulo Teixeira Saboia
(SINDPD-SP)

- Júlio Lobos:

A- Divisão

- Sindicalismo ideológico:

Inglaterra
Marx
Neo—comunismo
Revolução do Proletariado
Razões de classe para disputar o poder
Não tem sustentação (razão de ser)
Sindicalismo nacionalista:
Argentina (Perón)

- Sindicalismo Assistencial:

Brasil (Vargas)

- Sindicalismo de Resultados:

Parceria com o capital
Trabalhador é fator de produção
Regime é aceito (ordem)

Todos estão em baixa. Hoje tem os mais trabalhadores acionistas que sindicalizados. O pró-sindicato é substituído pelo pró-empresa.

Ex.: Inglaterra 38% para 13%
.......USA 25% para 14%

B- Sindicalismo de Resultado em Xeque:

Razões:

- crise (Japão) acua o Ocidente
- não pode proteger o Contrato Coletivo
- concorrências com preços desregulados
- Tecnologia: mais barato automaticamente fazer manufaturados. Não pode concorrer.

A Fiat há seis anos atrás (na Itália) decidiu mudar a tecnologia e quebrar a ordem social. Acuou o Sindicato com a tecnologia. Hoje não interessa à Sociedade pagar mais, sofrer também não.

C- Sindicalismo de resultado no Brasil:

- É representada no Brasil pela força Sindical.
- Não é ideológico
- Oportunista
- Agressivo (Portão da Fábrica)
- Objetivo
- Não tem posições messiânicas (contrapõe a CUT)
omisso:
- liderança personalizada (Medeiros)
- Participação nos lucros (não é claro e formal)
- Proteção ao trabalhador com nova tecnologia
- Segurança e higiene

- Aloísio Azevedo:

O papel do Estado no Brasil é financiar os empresários.

O Sindicalismo de Resultados surgiu como alternativa de resistência à CUT em São Bernardo (1969) contestando o acordo coletivo da Fiesp.

Rompeu com a unidade sindical. Em 1978 com a Greve da Scania (Lula/CUT) questionaram a Justiça. Resultado acima da unidade.

O objetivo de Sindicalismo de Resultados é trabalhar por isonomia, ou seja, obtêm-se uma conquista e parte para negociar a nível de empresa.

O crescimento das condições de vida através do modelo de Getúlio Vargas iniciado em 1930 esgotou-se em 1980 pelo FGTS e a rotatividade da mão-de-obra no período 1981-1983 (recessão).

O trabalhador foi abandonado pelo Estado e buscou nova forma de sindicalismo.

O Estado hoje está esgotado de relançar a economia. As raízes da era mecânica não são adequadas à tecnologia atual.

O socialismo trouxe cidadania ao trabalhador no primeiro mundo e em toda a humanidade. Isto tem um valor tão alto quanto a liberdade. Sucumbiu com o modo de produção.

A estagnação e falta de clareza do Governo atual não dão nenhuma contribuição ao modelo. Tivemos em 1930 o Planejamento Nacional tutelado. Hoje temos novo tipo: os agentes livres (empresários e trabalhadores).

O Estado partenalista sempre indicou ao empresário onde lucrar. Hoje ele tem que aprender a pensar por conta própria (iniciativa e competitividade).

A parceria na empresa é a tendência na empresa é a tendência atual para fazer frente a concorrência. Investimentos na formação de recursos humanos são essenciais.

Quando D. João VI abriu as portas em 1809 o Brasil era sustentado pela mão-de obra escrava. Somente com a chegada dos imigrantes (1989) passamos a ter mão-de-obra qualificada que vai atrair o capital estrangeiro e a industrialização.
Estes imigrantes trazem idéias anarquistas ao movimento sindical brasileiro. Elas vão esgotar-se com Getúlio Vargas.

O Brasil de hoje encontra-se diante do desafio de liberar empregados e empresários. A Sociedade Civil deve responsabilizar-se pelo planejamento autônomos soberano já que o governo está falido.

Paulo Sabóia (SINDPD-SP)

A atuação dos sindicatos tem concentrado suas forças no congresso com a rejeição das medidas de arrocho do Executivo. Os sindicatos são hoje a única força organizada que faz oposição ao Governo Collor.

Passamos de 8ª para 35ª economia (pelo PIB)(?).

O sindicalismo de resultados é atrasado, basta ver as citações de Júlio Lobos. Os empresários arcaicos impedem a modernização. Só se conquista pela pressão. Sofremos a dominação pelo acúmulo de tecnologia internacional.

Conclusão:

No debate foi perguntado sobre a participação nos lucros. Por que não se negocia?

Aloísio Azevedo: A gerência participativa é individual por empresa.

Acabou em todos os lugares. É localizada em função da visão do empresário. Deve-se evoluir para participação em metas através do Contrato Coletivo com negociação interna nas empresas.

Paulo Sabóia: A prioridade é a sobrevivência. Estamos lutando no Congresso. A “modernidade” do FMI é a política do Governo Collor contra as Estatais e a Reserva de Mercado. Foi com as mesmas que o primeiro mundo ocupou seu espaço no campo da tecnologia.

Julio Lobos: Os sindicatos se preocupa com a transformação dos empregados em parceiros. Por isso não colocam na mesa de negociação.