Vamos Pescar Dólares?

Autor: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro- GAC


Uma história verídica que mostra como os distraídos pagam caro pela sua distração. Temos colega que mês sim, mês não perde a carteira com todos os documentos dentro. A coisa já é tão certa que quando se passam mais de 2 meses sem que haja uma manifestação do fenômeno as pessoas já começam a ficar preocupadas: aí tem coisa...

Outra característica interessante é que até hoje, as carteiras sempre deram um jeito de voltar comportadamente ao dono e com tudo dentro, nunca faltou nada. Deve ser uma proteção especial do Negrinho do Pastoreio (padroeiro dos objetos perdidos).

Pois no dia do nosso causo, já era quase meio-dia e nosso colega foi buscar o carro na oficina nossa vizinha, aqui na Nilo Peçanha. Já ia esquecendo de falar que nosso colega além de esquecido é apressado um bocado. Bom, era hora de buscar os filhos, já estava atrasado, pagou o carro, deixou a carteira no teto do carro, enquanto se abaixava para olhar o conserto, tirou uma correia usada que o mecânico deixou no banco, entrou no carro, ligou, primeira, acelerou e... lá vamos nós (a carteira ainda no teto do carro).

As provas de fogo da carteira foram as lombadas, a primeira na frente do Colégio Israelita, a segunda na frente do Colégio Adventista. A estas provas ela (a carteira) resistiu bravamente, afinal estava recheada de coisas pesadas. Só que na esquina, a que nosso colega atingiu em alta velocidade pois o sinal ia fechando e os filhos esperavam no colégio, com fome, a carteira entregou os pontos. Foi atirada na curva para a calçada oposta, com força e violência.

Alguns minutos depois, recebe-se uma ligação preocupada e misteriosa aqui na CELEPAR, querendo falar com o nosso colega. A secretária se identificou e perguntou qual era o problema. A pessoa, cheia de cuidados, contou que achava que o dono da carteira poderia ter sido seqüestrado, pois ela vira alguém do carro atirar a carteira: na certa era um pedido de socorro, havia que chamar a polícia, o carro quase capotara na curva, vá-se saber o que os bandidos estariam fazendo ao nosso pobre colega.

Cheirando um cheiro já conhecido, a nossa secretária entreteve o homem na linha enquanto tentava achar o nosso distraído colega. A coisa demorou, ainda não havia celular, mas cerca de meia hora depois o mistério se desfez. O indigitado ainda disse tranqüilamente: "a carteira?" "tá no carro...". Enfim, tudo se aclarou.

Mais calma, depois de resolver a questão, nossa secretária foi para casa e ao passar na esquina fatídica, ela viu o colega arrancando um galho de árvore para recuperar uma boa parte da carteira de dentro do bueiro.

Esse cara tem mais sorte do que juízo. Na época, tínhamos um consórcio que comprava e distribuía 100 dólares por mês. Não precisa dizer que a verdinha estava dentro da carteira e saiu voando bueiro a dentro. Foi duro pescá-la e ela veio meio fedida e manchada, mas foi recuperada, como sempre.