Web Services - a nova

Autor: Carlos Alberto Sowek

O que são WEB SERVICES (Serviços Web)

A seguir mostramos duas definições para Serviços Web:

"Serviços Web são conjuntos de protocolos e padrões que permitem que aplicações se comuniquem via uma rede (geralmente Internet). Esta comunicação baseada em padrões permite que as aplicações descrevam o que fazem e permite então chamar ou utilizar os serviços de outra aplicação."

"Serviços Web é como um software que sabe como falar com outros tipos de software em rede. Um Serviço Web pode estar próximo de algum tipo de aplicação que tem a habilidade de mostrar para outras aplicações o que faz e qual ação pode executar das aplicações autorizadas."

Um Serviço Web contém os seguintes critérios:

  • Ser hábil para mostrar e descrever a si mesmo para outras aplicações, permitindo que estas aplicações entendam qual o serviço que faz.
  • Poder ser localizado por outras aplicações via um diretório on-line se o serviço for registrado no diretório.
  • Poder ser chamado pela aplicação original usando o protocolo de rede.

Após um Serviço Web ter sido criado, você pode publicar e registrá-lo como parte de um processo de desenvolvimento. Publicando o serviço e criando um documento WSDL que é necessário para que outras aplicações possam ser hábeis em chamar o serviço. Registrar o serviço envolve submeter para um registro UDDI, ou J2EE através do qual outras aplicações possam localizá-lo.

Um Serviço Web simples é caracterizado por três padrões SOAP, UDDI e WSDL, os quais suportam ao mesmo tempo prover funcionalidades básicas de "pergunta e resposta".

Um Serviço Web complexo é baseado no conjunto de padrões ebXML e RosettaNet.

WEB SERVICES no Mercado

O movimento de Serviços Web tem sido focado em promover a colaboração B2B via processos de negócios integrados. Mas o real benefício dos Serviços Web pode ser liberado na tecnologia de BI (Business Intelligence) e não no processamento de transação.

Companhias estratégicas que desenvolvem aplicativos de negócios assim como Oracle, SAP, PeopleSoft, Siebel Systems entre outras, estão construindo frameworks de Serviços Web nos seus produtos podendo com isto estimular a demanda de BI em rede, através da mudança de cultura do relacionamento corporativo no comércio colaborativo.

Microsoft está promovendo .NET como iniciativa de Serviço Web, que requer o uso de software baseado em Windows. Sun Microsystems, de outro lado, está liderando uma estratégia de Serviços Web orientada em Java, suportado por mais 30 outros vendedores.

Forté desenvolveu um modulo de desenho de Serviços Web para ajudar no desenvolvimento de EJB´s e o registro de serviços Web baseados em XML.

Microsoft tem planos de transformar programadores fluentes no Windows em projetistas de um novo tipo de software distribuído chamado de "Web Services", com a liberação de um novo conjunto de ferramentas de desenvolvimento, Visual Studio .NET.

Oracle e seu produto Oracle9i Application Server release 2 tem suporte a Serviços Web padrões (SOAP, WSDL, UDDI) e também tem compatibilidade com Microsoft .NET.

Business Objects está escrevendo um SDK (Software Developer Kit) para Serviços Web baseado em Microsoft .NET, que deverá permitir que clientes construam o que a companhia chama de "2ª Geração de Extranets de BI".

Foram relatados alguns casos de iniciativas de uso de Serviços Web no mercado, existem muitas outros empresas que estão desenvolvendo/disponibilizando suas soluções de acordo com um ou outro padrão.

Padrões em WEB SERVICES

A tecnologia de Serviços Web é nova e padrões estão sendo desenvolvidos especificamente nas áreas de apresentação, interação e interface com o usuário.

Serviços Web utilizam os padrões baseados em XML: ebXML, RosetaNet, Simple Object Access Protocol (SOAP), Universal Description, Discovery, and Integration (UDDI), Web Services Description Language (WSDL) e muitos outros protocolos que permitem que as aplicações se comuniquem uma com as outras.

XML é um padrão totalmente reconhecido, tendo recebido o aval oficial do World Wide Web Consortium (W3C). SOAP e WSDL estão na versão 1.1 e foram submetidos para ratificação do W3C. UDDI está na sua segunda versão, que deve ser liberada em meados de 2002.

OASIS (Organization for the Advancement for Structured Information Standards) é uma nova organização, criada para estabelecer padrões para Serviços Web. É formada por um Comitê Técnico criado para desenvolver um Modelo de Componentes para Serviços em Web (WSCM). Este novo comitê tem membros como Epicentric Inc., Hewlett-Packard, IBM, Macromedia Inc., entre outros.

Dentro do Comitê Técnico WSCM existe o grupo de trabalho "Working Group Web Services User Interface" (WSUI) que submeteu as primeiras especificações ao OASIS para considerações do WSCM.

O novo comitê tem duas grandes metas:

  • Habilitar negócios para distribuir aplicações na Web através de múltiplos canais de revenda;
  • Habilitar novos serviços ou aplicações a serem criados ou liberar as aplicações existentes através da Web.

Isto deve permitir que as companhias possam transferir Serviços Web através de Portais e Plataformas, indiferente de produtos proprietários.

O futuro dos WEB SERVICES

A previsão do META Group para Serviços Web é que os padrões inicialmente desenvolvidos para propiciar a integração e interoperabilidade (XML, WDSL, UDDI, etc.) chegarão ao biênio 2005/2006 com o status de arquitetura orientada a novos serviços, desbancando o "mito" orientados a componentes como J2EE, CORBA e COM+.

Segundo o META Group até 2004, novas aplicações corporativas surgirão de componentes baseados ou integrados às tecnologias Java 2 Enterprise Edition (J2EE) e a Microsoft .Net, e que os fornecedores destas soluções devem se diferenciar com a oferta de valor agregado, como Serviços Web e de desenvolvimento de produtos e/ou ferramentas específicas.

Pesquisas recentes do Forrester Research Inc. mostram que tecnologias tradicionais de EAI deverão dominar até 2004, enquanto Serviços Web melhoram o seu desempenho. Por volta de 2006, companhias devem adotar Serviços Web básicos, e ampliar o uso da tecnologia para transações mais complexas. Analistas da Forrester aconselham aos executivos para iniciar o trabalho em Serviços Web básicos com parceiros e internamente, monitorando a evolução de padrões de Serviços Web para identificar capacidades mais promissoras para mais tarde adotar.

Os Serviços Web devem simplificar o processo de integração de aplicativos e processos comerciais nos próximos anos.

Um ponto crítico no uso de Serviços Web é que existam maneiras para gerenciar, monitorar e analisar o uso e a execução dos Serviços Web. Monitorando o status da aplicação, performance, uso de CPU, utilização de memória e "throughput".

Glossário:

ebXML: E-Business Extensible Markup Language, é uma variante XML co-responsável pela agência de padrões UN e OASIS, uma organização sem fins lucrativos, desenvolvida para produzir um framework completo de transações B2B baseadas em XML. ebXML construiu características de segurança para assegurar transações confidenciais.

RosettaNet: Um conjunto de padrões baseado na Internet. RosettaNet é composto por dicionário de dados, um framework de implementação, esquemas de mensagem de negócios e especificação de processos para padronização de e-business.

SOAP: Simple Object Access Protocol é um protocolo baseado em XML para troca de informação em um ambiente distribuído e descentralizado. Produz um envelope que define um framework para descrever qual é a mensagem e como processá-la, regras de decodificação para mostrar tipos de dados definidos pela aplicação, e uma convenção para representar RPC (Remote Procedure Call) e as respostas.

UDDI: Universal Description, Discovery, and Integration é uma especificação baseada em XML para registrar os negócios e os Serviços Web oferecidos. Produzindo as transações necessárias, isto é habilitar softwares para automaticamente descobrir os Serviços Web para integrá-los.

WSDL: Web Services Description Language permite aos desenvolvedores expor a sintaxe de um serviço Web. Usando um formato XML, descreve serviços em rede assim como um conjunto de "endpoints" produzidos em mensagens contendo documentos ou informação orientada em procedimentos. As operações e mensagens são descritas abstratamente e então destinadas para um protocolo de rede que formata a mensagem para os "endpoints" definidos.

XML: Extensible Markup Language tem-se tornado o padrão para definir o formato de troca de dados na Internet. É similar ao HyperText Markup Language (HTML) o qual tem usado "tags" para decodificar a informação. HTML informa ao browser como mostrar a informação e XML define valores para a informação. XML também permite que o usuário crie seus próprios "tags".

Referências

BARROS, F. O futuro segundo o META Group. Computerworld, Rio de Janeiro, ano 10, n. 359, p. 25, 13 Mar. 2002.

EDWARDS, J. [Web Services] are real. Oracle Magazine, Skokie, v. 16, n. 2, p. 67-75, Mar./Apr. 2002.

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KIKRLEY, J. A clean, light protocol. Oracle Magazine, Skokie, v. 16, n. 2, p. 84-85, Mar./Apr.2002.

PEREZ, J. OASIS unveils new technical committee for standardizing interactive web services. Intelligent Enterprise, v. 5, n. 3, p. 15, 01 Feb. 2002.

UMA nova onda se aproxima. Information Week Brasil, São Paulo, ano 4, n. 65, p. 18-20, 6 Mar. 2002.

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