A formulação da estratégia empresarial

Autora: Elys Regina Fabiano  

Estratégia Empresarial - é a maneira como a empresa irá se comportar; é "a determinação da futura postura da empresa, com especial referência à sua postura quanto aos seus produtos-mercado, sua lucratividade, seu tamanho, seu grau de inovação e suas relações com seus executivos, seus empregados e instituições externas".

Componentes básicos da estratégia empresarial:

1 Ambiente

- Oportunidades visualizadas no mercado:

a) restrições;

b) limitações;

c) coações;

d) ameaças.

2 Empresa

- Recursos de que a empresa dispõe:

a) capacidades e habilidades;

b) pontos fortes e fracos;

c) compromissos e objetivos.

- A administração interpreta os objetivos propostos e os transforma em programas de ação através do ciclo administrativo.

- Assim, como a estratégia define a maneira como a empresa irá se comportar, ela faz parte do processo de planejamento.

De forma mais abrangente, Chiavenato (1993) define como compatibilizar todas as variáveis envolvidas na formulação da estratégia e esta postura é equacionada através do planejamento estratégico.

Planejamento Estratégico

- Análise PFOA

a) potencialidades (pontos fortes);

b) fragilidades (pontos fracos);

c) oportunidades;

d) ameaças.

- Nicho da organização

Espaço no qual os produtos ou serviços da empresa podem dispor de alguma vantagem competitiva. A área na qual as oportunidades no ambiente se sobrepõem aos recursos da organização representa o nicho em que residem suas oportunidades.

- Identificar oportunidades e ameaças externas

Descobrir, a partir da sondagem (pesquisa) do ambiente externo (mercado), quais as oportunidades que a organização pode explorar e as ameaças que poderá vir a enfrentar.

Oportunidades:

- expansão da linha de produtos;

- entrada em novos mercados;

- diversificar para ampliar o risco;

- melhorar a relação comprador/fornecedor;

- melhorar a tecnologia;

- melhorar o clima legal/regimental.

Ameaças:

- novos concorrentes;

- crescimento vagaroso do mercado;

- mudanças na preferência do comprador;

- economia enfraquecida;

- leis desfavoráveis;

- poder de barganha maior dos compradores/fornecedores.

- Identificar as forças e as fragilidades (fraquezas) da organização

Analisar as aptidões e habilidades que os funcionários da organização têm, como está o caixa, qual a qualidade dos produtos e serviços da empresa.

Essa análise muitas vezes leva a empresa a identificar qual é a sua competência diferencial, ou seja, aquilo que a diferencia das outras empresas e que determina suas armas competitivas.

Forças:

- vantagens na concorrência;

- capacidade de inovar;

- sistema de distribuição;

- habilidade de marketing;

- reconhecimento da marca;

- vantagem no custo;

- capacidade financeira;

- linha de produtos completa;

- reputação/imagem.

Fragilidades:

- instalações obsoletas;

- falta de profundidade na administração;

- baixa identidade da marca;

- imagem de marketing fraca;

- pouca capacidade de pesquisa e desenvolvimento;

- capacidade de marketing abaixo da média;

- falta de apoio financeiro;

- custos operacionais altos;

- imagem/reputação fracas.

Etapas envolvidas na administração estratégica:

a) Análise do ambiente.

É o processo de monitorar o ambiente organizacional para identificar os riscos e as oportunidades presentes e futuras. Essa análise envolve tanto os fatores internos quanto os fatores externos da organização.

b) Estabelecendo a diretriz organizacional.

É a determinação da meta da organização. Há dois indicadores principais de direção para os quais uma organização é levada: a missão e os objetivos organizacionais. A missão organizacional é a finalidade de uma organização ou a razão pela qual ela existe. Os objetivos são as metas que a organização tem.

c) Formulação da estratégia.

É o curso de ação com vistas a garantir que a organização alcance seus objetivos. Formular estraté-gias é, então, projetar e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais.

d) Implementação da estratégia.

Envolve colocar em ação as estratégias desenvolvidas, para obter os benefícios da realização da análise organizacional e da formulação da estratégia.

e) Controle estratégico.

Consiste na monitoração e avaliação do processo de administração estratégica para melhorá-lo e assegurar um funcionamento adequado.

- Segundo Michael Porter, da Universidade de Harvard, a administração precisa selecionar uma estratégia que confira à sua organização uma vantagem competitiva. A vantagem competitiva é uma capacidade ou circunstância que propicia à organização uma margem competitiva sobre seus concorrentes.

Porter identificou três estratégias que a organização pode escolher:

a) Estratégia de liderança de custo.

O sucesso com essa estratégia requer que a organização seja líder de custos nos produtos e/ou serviços que ela oferece ao mercado. Além disso, o produto e/ou serviço deve ser comparável ao oferecido pelos concorrentes ou, pelo menos, aceitável pelos compradores.

Como obtê-la?

- eficiência nas operações;

- economias de escala;

- inovações tecnológicas;

- baixo custo de mão-de-obra;

- acesso preferencial às matérias-primas.

b) Estratégia de diferenciação.

A organização pode diferenciar-se por alta qualidade, velocidade, projeto avançado, capacidade tecnológica, assessoria especializada, conveniência, margem de escolha, serviço excepcional ou uma imagem de marca extraordinariamente positiva.

O fundamental é que o atributo escolhido seja diferente dos oferecidos pelo concorrente.

c) Estratégia de foco.

As duas primeiras estratégias buscavam uma vantagem competitiva em uma ampla gama de segmentos.

No caso da estratégia de foco, a administração seleciona um segmento ou um grupo de segmentos em determinado setor, tais como a variedade dos produtos, o tipo de consumidor final, o canal de distribuição ou a localização geográfica dos compradores.

Benefícios potenciais de uma ênfase em administração estratégica em uma organização.

- indica os problemas que podem surgir antes que ocorram;

- alerta a organização para as mudanças e permite ações em resposta a mudanças;

- identifica qualquer necessidade de redefinição na natureza do negócio;

- melhora a canalização de esforços para a realização de objetivos predeterminados;

- permite que os administradores tenham uma visão clara do negócio;

- facilita a identificação e exploração de futuras oportunidades de mercado;

- oferece uma visão objetiva dos problemas de administração;

- torna mais efetiva a locação de tempo e recursos para a identificação de oportunidades;

- permite ordenar as prioridades dentro do cronograma do plano;

- dá a empresa uma vantagem sobre os concorrentes.

Referências

1. CERTO, S. C.; PETER, J. P. Administração estratégica: planejamento e implantação da estratégia. São Paulo: Makron Books, 1993.

2. CHIAVENATO, I. Teoria geral da administração. São Paulo: Makron Books, 1993.

3. MEGGINSON, L. C.; MOSLEY, D. C.; PIETRI JR., P. H. Administração: conceitos e aplicações. São Paulo: HARBRA, 1998.

4. MONTANA, P. J.; CHARNOV, B. H. Administração. São Paulo: Saraiva, 2001.

5. ROBBINS, S. P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000.