Entrevista
Jane Cherem Corte Bezerra da Silva, coordenadora da divisão de recursos humanos da CELEPAR – Dides, começou a trabalhar em treinamento quando fazia Pedagogia, em 1970. Na época trabalhou em FURNAS – Centrais Elétricas.
Em Curitiba, no final de 76, iniciou na SANEPAR, também na área de treinamento, onde coordenou esta área. em 1978 foi para o PPTE – Programa Paranaense de Treinamento de Executivos. No final de 79 veio para a CELEPAR, com a tarefa de iniciar uma área e uma equipe de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos humanos. Formou-se em Grupos Operativos, posteriormente em Psicanálise e em 1990 em Psicologia. Ao final de 11 anos na CELEPAR, vê hoje seu trabalho mais para desenvolvimento do que para treinamento propriamente falando. Na área, as conseqüências foram uma expansão de atividades: seleção, acompanhamento de pessoal, grupos, creche, análise institucional etc., que foram se agregando às tarefas iniciais.
BB10 – Quais as principais atividades da DIDES?
JANE – As principais atividades da DIDES, hoje, são a seleção de pessoal, que incluem os recrutamentos internos, os treinamento de clientes, a administração da creche, e os projetos de desenvolvimento de pessoal traduzidos em desenvolvimento gerencial, grupos de estudo e reflexão, acompanhamento psico-funcional individual ou por Setores, realocação e readaptação de pessoal, indo até projetos como a Avaliação de Desempenho, Integração Empresarial e outros.
BB10 – Qual a importância das atividades de desenvolvimento de pessoal em uma empresa de tecnologia de ponta como a CELEPAR?
JANE – Esta questão é interessante. É certo que as empresas têm objetivos a alcançar que se traduzem em produtividade. Porém, os estilos de administração dos recursos podem estar mais próximos dos resultados, e então privilegiarem técnicas, métodos, quantidades, qualidades, prazos etc., ou noutro estilo, poderão estar mais voltados para atitudes, comportamentos de cada empregado, e então privilegiarem técnicas, métodos, quantidades, qualidades, prazos etc., ou noutro estilo, poderão estar mais voltados para atitudes, comportamentos de cada empregado, e então privilegiarão identidade de grupo, relações etc. Entendo que todas as categorias de manipulação de comportamento são ingênuas quando crêem neste propósito. Aqui situo a Psicologia Organizacional e as Teorias do Relacionamento Humano da Administração. O sujeito está implicado no processo produtivo, e isto tem que ser entendido e considerado realmente, isto é, implica em considerar a inevitabilidade de seus desejos próprios, sua estrutura de funcionamento, também suas paixões, seus delírios de independência, liberdade etc. É possível administrar resultados, não desejos. O desenvolvimento de pessoal deve levar a esta constatações.
BB10 – Muito se tem falado e escrito sobre o perfil psicológico do profissional de informática. Com sua larga experiência, gostaríamos de lhe perguntar. “Afinal, como é o profissional de Processamento de Dados”?
JANE – Esta questão de Perfil Psicológico é interessante e é muito polêmica. Prefiro ficar na leitura possível da realidade. Embora tenhamos um jeitão característico de funcionamento, que até nossos amigos já nos “conhecem”, nada garante que nossas atitudes não deslizem num continuum que pode ir desde um jeito contido de ser e de responder ao meio, até uma maneira espalhafatosa de se defender. Encontramos toda esta gama de “respostas” entre os profissionais de Processamento de Dados, não encontramos?
Porém, esta questão que vocês formulam,também pode ser pensada em relação ao que, no geral, fascina, pega, os profissionais de Processamento de Dados, ou seja, as teorias, um conjunto teórico por vezes mais abstrato, que venha dar sentido às suas questões, que garanta uma dimensão de progresso, de crescimento, de evolução... Assim, com nossas histórias, nossas próprias novelas, nossas ficções, recobrimos o desconhecido, o impossível para nós, aquilo com que não podemos fazer contato. A positivação das nossas faltas nas teorias, nos equipamentos nos modelos, nas idéias, nas formas, parece que encaixa muito bem com o estereótipo do profissional de Processamento de Dados.
BB10 – O que que diferencia a nossa creche das demais, que justifique o conceito tão bom que ela tem?
JANE - O que diferencia uma mãe da outra? Mãe não é aquela que tem colo pra gente, carinho, comidinha feita na hora certa, que limpa a bundinha quantas vezes for preciso todo dia, e sempre? Quem teve isso teve MÃE. Na creche tem muitas mães.
BB10 – Por que a DIDES é esmagadoramente feminina?
JANE – Isto é uma pergunta ou já é uma interpretação? Como vocês vêem, a verdade escapa...Mas lá tem o Cleo e o Luis para nos salvarem da sua interpretação.
BB10 – Conte-nos um pouco sobre o Curso de Formação em Análise de Sistemas que está para se iniciar:
JANE – O Curso de Formação em Análise Moderna de Sistemas, planejado por um grupo de Analistas, vem atender a um pedido de treinamento das Gerências de Atendimento. Na realidade é uma necessidade de treinamento, atualização e também reciclagem para um grupo maior do que os 30 técnicos que poderão participar desta primeira turma.
Prioritariamente a CELEPAR começara por este curso, que contará com a participação da Universidade Federal. Estamos fazendo um Convênio com a fundação da UFPR, objetivando a participação dos professores do Departamento de Informática, além da caracterização do curso como o de especialização “Latu Sensu”.
Nossos esforços estão também, no sentido de partirmos para módulos de Especialização, visando atender necessidades de treinamento de outros grupos de analistas e um maior número de técnicos. Os investimentos são altos; o treinamento é um investimento alto. Nem poderia ser diferente, dadas as expectativas que sempre temos dos treinamentos. A busca pela qualidade do curso, também é uma questão que se coloca muito importante. Um grupo de técnicos (Danilo, Dante, Vanderlei, Luiz Carlos e Hugo) vão compor uma Comissão Técnica que estará analisando e criticando os currículos, a metodologia e os professores do curso. É uma nova experiência no treinamento da CELEPAR. Daqui a um ano poderemos falar mais.
BB10 – Fale-nos um pouco sobre o Treinamento de de Clientes, e o papel da CELEPAR nesse mercado.
JANE -Hoje vejo que a CELEPAR não está mais se dirigindo com competitividade a este mercado. O treinamento de clientes da CELEPAR tem se caracterizado, cada vez mais, como atividade de apoio à prestação dos serviços de informática que a Empresa presta aos seus clientes.
Isto, se pode, por um lado, representar um arrefecimento nas atividades de treinamento de clientes, por outro, nos tem permitido tratar caso a caso as solicitações, influenciando alterações nos programas, nos exercícios práticos, na criação de novos cursos, na metodologia de ensino/aprendizagem utilizada nas salas de aula. Os instrutores que têm trabalhado no treinamento dos clientes também qualificam este aspecto da mudança como positivo.
Porém, este não é um assunto discutido na Empresa com a seriedade que ele enseja. Não temos discutida uma política de treinamento de clientes e isto tem consequências na política de preços dos cursos, no tipo de divulgação do treinamento, na execução de programas especiais como palestras ou seminários informativos ou programas para dirigentes. É uma das atividades que pode ser muito melhor explorada pela CELEPAR: temos estrutura administrativa, excelentes técnicos para atuar como instrutores e também existe a demanda.
BB10 – Além do treinamento em sala de aula, que tipo de trabalho você sugere para o desenvolvimento e crescimento técnico e pessoal para os nossos analistas?
JANE – Gostaria de ser suficientemente cautelosa nesta questão. O treinamento em última análise, se não ficarmos atento, acaba caindo no modelo do discurso universitário. O discurso universitário, todos sabemos tem pretensões de “formar” um sujeito segundo seus próprios valores, os conceitos da instituição.
Isto, se por um lado, pode representar possibilidades de estudo e desenvolvimento, por outro, não permite para o treinando um lugar de agente no seu processo de desenvolvimento. Ele terá que repetir um conhecimento, responder a uma determinada expectativa de saber. Não acredito que este seja o melhor modelo de treinamento para as empresas, principalmente aquelas como a CELEPAR que dependem da criação e das idéias dos seus técnicos. Assim, vejo como a melhor sugestão de treinamento para os analistas ( o que também considero para os demais técnicos) uma oportunidade de discussão das suas questões de trabalhado, a posteriori. Uma parada para analisar o que se passou, observar os resultados, oportunidades aproveitadas ou não e porquê... É um treinamento “apres coup”, que se pode fazer de várias formas: pontos de situações ocorridas, workshops, sempre ao longo de um tempo, quando então fica possível um retorno de uma situação vivida.
Penso que além das salas de aula, esta leitura da realidade na qual estamos inseridos, é fundamental.
BB10 – Tradicionalmente as empresas de informática têm grande rotatividade. Porque a CELEPAR é diferente? Ou não é?
JANE - A rotatividade de pessoal parece que se faz necessária. Tanto do ponto de vista dos profissionais que por vezes têm interesses e oportunidades além daquelas oferecidas na empresa onde trabalham, como também, para as empresas é importante a contínua busca no mercado, de profissionais competentes e interessados em participar dos seus empreendimentos.
Porém, a rotatividade no mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos tem sido influenciada fortemente por fatores como o subemprego, o desemprego em massa, as faltas de perspectivas de crescimento e de carreira, que têm , sem dúvida comandado os índices de turn-over nas empresas brasileiras. A CELEPAR não tem sido exceção, com o agravante de fazer parte das Estatais, que nunca estiveram em tanto como no atual modernismo administrativo brasileiro. Logo, o que temos observado na CELEPAR, não podemos chamar de turn-over propriamente dito. Técnicos têm saído, e não estamos podendo nos últimos dois anos repor pessoal. As saídas têm ocorrido num percentual alto, são índices que chamam a atenção. É uma inversão do que víamos há anos atrás, quando o grande sonho daqueles que se formavam e iam enfrentar o mercado de trabalho, era ingressar nas Estatais. Naquele tempo os índices de turn-over na CELEPAR andavam na média, eram quase inexistentes.
Quero agradecer ao Comitê Editorial do Bate Byte pela oportunidade. A iniciativa de vocês tem dado certo; o Bate Byte está ficando conhecido, é um jornal que a gente espera e quer ler. Parabéns, é difícil manter um trabalho em “alta”.
Em Curitiba, no final de 76, iniciou na SANEPAR, também na área de treinamento, onde coordenou esta área. em 1978 foi para o PPTE – Programa Paranaense de Treinamento de Executivos. No final de 79 veio para a CELEPAR, com a tarefa de iniciar uma área e uma equipe de treinamento e desenvolvimento de recursos humanos humanos. Formou-se em Grupos Operativos, posteriormente em Psicanálise e em 1990 em Psicologia. Ao final de 11 anos na CELEPAR, vê hoje seu trabalho mais para desenvolvimento do que para treinamento propriamente falando. Na área, as conseqüências foram uma expansão de atividades: seleção, acompanhamento de pessoal, grupos, creche, análise institucional etc., que foram se agregando às tarefas iniciais.
BB10 – Quais as principais atividades da DIDES?
JANE – As principais atividades da DIDES, hoje, são a seleção de pessoal, que incluem os recrutamentos internos, os treinamento de clientes, a administração da creche, e os projetos de desenvolvimento de pessoal traduzidos em desenvolvimento gerencial, grupos de estudo e reflexão, acompanhamento psico-funcional individual ou por Setores, realocação e readaptação de pessoal, indo até projetos como a Avaliação de Desempenho, Integração Empresarial e outros.
BB10 – Qual a importância das atividades de desenvolvimento de pessoal em uma empresa de tecnologia de ponta como a CELEPAR?
JANE – Esta questão é interessante. É certo que as empresas têm objetivos a alcançar que se traduzem em produtividade. Porém, os estilos de administração dos recursos podem estar mais próximos dos resultados, e então privilegiarem técnicas, métodos, quantidades, qualidades, prazos etc., ou noutro estilo, poderão estar mais voltados para atitudes, comportamentos de cada empregado, e então privilegiarem técnicas, métodos, quantidades, qualidades, prazos etc., ou noutro estilo, poderão estar mais voltados para atitudes, comportamentos de cada empregado, e então privilegiarão identidade de grupo, relações etc. Entendo que todas as categorias de manipulação de comportamento são ingênuas quando crêem neste propósito. Aqui situo a Psicologia Organizacional e as Teorias do Relacionamento Humano da Administração. O sujeito está implicado no processo produtivo, e isto tem que ser entendido e considerado realmente, isto é, implica em considerar a inevitabilidade de seus desejos próprios, sua estrutura de funcionamento, também suas paixões, seus delírios de independência, liberdade etc. É possível administrar resultados, não desejos. O desenvolvimento de pessoal deve levar a esta constatações.
BB10 – Muito se tem falado e escrito sobre o perfil psicológico do profissional de informática. Com sua larga experiência, gostaríamos de lhe perguntar. “Afinal, como é o profissional de Processamento de Dados”?
JANE – Esta questão de Perfil Psicológico é interessante e é muito polêmica. Prefiro ficar na leitura possível da realidade. Embora tenhamos um jeitão característico de funcionamento, que até nossos amigos já nos “conhecem”, nada garante que nossas atitudes não deslizem num continuum que pode ir desde um jeito contido de ser e de responder ao meio, até uma maneira espalhafatosa de se defender. Encontramos toda esta gama de “respostas” entre os profissionais de Processamento de Dados, não encontramos?
Porém, esta questão que vocês formulam,também pode ser pensada em relação ao que, no geral, fascina, pega, os profissionais de Processamento de Dados, ou seja, as teorias, um conjunto teórico por vezes mais abstrato, que venha dar sentido às suas questões, que garanta uma dimensão de progresso, de crescimento, de evolução... Assim, com nossas histórias, nossas próprias novelas, nossas ficções, recobrimos o desconhecido, o impossível para nós, aquilo com que não podemos fazer contato. A positivação das nossas faltas nas teorias, nos equipamentos nos modelos, nas idéias, nas formas, parece que encaixa muito bem com o estereótipo do profissional de Processamento de Dados.
BB10 – O que que diferencia a nossa creche das demais, que justifique o conceito tão bom que ela tem?
JANE - O que diferencia uma mãe da outra? Mãe não é aquela que tem colo pra gente, carinho, comidinha feita na hora certa, que limpa a bundinha quantas vezes for preciso todo dia, e sempre? Quem teve isso teve MÃE. Na creche tem muitas mães.
BB10 – Por que a DIDES é esmagadoramente feminina?
JANE – Isto é uma pergunta ou já é uma interpretação? Como vocês vêem, a verdade escapa...Mas lá tem o Cleo e o Luis para nos salvarem da sua interpretação.
BB10 – Conte-nos um pouco sobre o Curso de Formação em Análise de Sistemas que está para se iniciar:
JANE – O Curso de Formação em Análise Moderna de Sistemas, planejado por um grupo de Analistas, vem atender a um pedido de treinamento das Gerências de Atendimento. Na realidade é uma necessidade de treinamento, atualização e também reciclagem para um grupo maior do que os 30 técnicos que poderão participar desta primeira turma.
Prioritariamente a CELEPAR começara por este curso, que contará com a participação da Universidade Federal. Estamos fazendo um Convênio com a fundação da UFPR, objetivando a participação dos professores do Departamento de Informática, além da caracterização do curso como o de especialização “Latu Sensu”.
Nossos esforços estão também, no sentido de partirmos para módulos de Especialização, visando atender necessidades de treinamento de outros grupos de analistas e um maior número de técnicos. Os investimentos são altos; o treinamento é um investimento alto. Nem poderia ser diferente, dadas as expectativas que sempre temos dos treinamentos. A busca pela qualidade do curso, também é uma questão que se coloca muito importante. Um grupo de técnicos (Danilo, Dante, Vanderlei, Luiz Carlos e Hugo) vão compor uma Comissão Técnica que estará analisando e criticando os currículos, a metodologia e os professores do curso. É uma nova experiência no treinamento da CELEPAR. Daqui a um ano poderemos falar mais.
BB10 – Fale-nos um pouco sobre o Treinamento de de Clientes, e o papel da CELEPAR nesse mercado.
JANE -Hoje vejo que a CELEPAR não está mais se dirigindo com competitividade a este mercado. O treinamento de clientes da CELEPAR tem se caracterizado, cada vez mais, como atividade de apoio à prestação dos serviços de informática que a Empresa presta aos seus clientes.
Isto, se pode, por um lado, representar um arrefecimento nas atividades de treinamento de clientes, por outro, nos tem permitido tratar caso a caso as solicitações, influenciando alterações nos programas, nos exercícios práticos, na criação de novos cursos, na metodologia de ensino/aprendizagem utilizada nas salas de aula. Os instrutores que têm trabalhado no treinamento dos clientes também qualificam este aspecto da mudança como positivo.
Porém, este não é um assunto discutido na Empresa com a seriedade que ele enseja. Não temos discutida uma política de treinamento de clientes e isto tem consequências na política de preços dos cursos, no tipo de divulgação do treinamento, na execução de programas especiais como palestras ou seminários informativos ou programas para dirigentes. É uma das atividades que pode ser muito melhor explorada pela CELEPAR: temos estrutura administrativa, excelentes técnicos para atuar como instrutores e também existe a demanda.
BB10 – Além do treinamento em sala de aula, que tipo de trabalho você sugere para o desenvolvimento e crescimento técnico e pessoal para os nossos analistas?
JANE – Gostaria de ser suficientemente cautelosa nesta questão. O treinamento em última análise, se não ficarmos atento, acaba caindo no modelo do discurso universitário. O discurso universitário, todos sabemos tem pretensões de “formar” um sujeito segundo seus próprios valores, os conceitos da instituição.
Isto, se por um lado, pode representar possibilidades de estudo e desenvolvimento, por outro, não permite para o treinando um lugar de agente no seu processo de desenvolvimento. Ele terá que repetir um conhecimento, responder a uma determinada expectativa de saber. Não acredito que este seja o melhor modelo de treinamento para as empresas, principalmente aquelas como a CELEPAR que dependem da criação e das idéias dos seus técnicos. Assim, vejo como a melhor sugestão de treinamento para os analistas ( o que também considero para os demais técnicos) uma oportunidade de discussão das suas questões de trabalhado, a posteriori. Uma parada para analisar o que se passou, observar os resultados, oportunidades aproveitadas ou não e porquê... É um treinamento “apres coup”, que se pode fazer de várias formas: pontos de situações ocorridas, workshops, sempre ao longo de um tempo, quando então fica possível um retorno de uma situação vivida.
Penso que além das salas de aula, esta leitura da realidade na qual estamos inseridos, é fundamental.
BB10 – Tradicionalmente as empresas de informática têm grande rotatividade. Porque a CELEPAR é diferente? Ou não é?
JANE - A rotatividade de pessoal parece que se faz necessária. Tanto do ponto de vista dos profissionais que por vezes têm interesses e oportunidades além daquelas oferecidas na empresa onde trabalham, como também, para as empresas é importante a contínua busca no mercado, de profissionais competentes e interessados em participar dos seus empreendimentos.
Porém, a rotatividade no mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos tem sido influenciada fortemente por fatores como o subemprego, o desemprego em massa, as faltas de perspectivas de crescimento e de carreira, que têm , sem dúvida comandado os índices de turn-over nas empresas brasileiras. A CELEPAR não tem sido exceção, com o agravante de fazer parte das Estatais, que nunca estiveram em tanto como no atual modernismo administrativo brasileiro. Logo, o que temos observado na CELEPAR, não podemos chamar de turn-over propriamente dito. Técnicos têm saído, e não estamos podendo nos últimos dois anos repor pessoal. As saídas têm ocorrido num percentual alto, são índices que chamam a atenção. É uma inversão do que víamos há anos atrás, quando o grande sonho daqueles que se formavam e iam enfrentar o mercado de trabalho, era ingressar nas Estatais. Naquele tempo os índices de turn-over na CELEPAR andavam na média, eram quase inexistentes.
Quero agradecer ao Comitê Editorial do Bate Byte pela oportunidade. A iniciativa de vocês tem dado certo; o Bate Byte está ficando conhecido, é um jornal que a gente espera e quer ler. Parabéns, é difícil manter um trabalho em “alta”.