Evolução da Entrada de Dados na CELEPAR

Autora: Shiguemi Tsutiya


Em 15 de dezembro de 1965 a Celepar iniciou a entrada de dado denominada Perfuração/Verificação e sua evolução ocorreu em três etapas distintas.

No início, éramos um grupo pequeno (aproximadamente 10 pessoas) trabalhando com máquinas perfuradora e verificadora, da marca BULL (francesa), perfurando cartões de 80 posições (para quem não sabe, vamos dizer que estas perfurações eram iguais às dos antigos cartões de loteria).

O que ficou em nossa memória era o tamanho enorme destas máquinas e o barulho que faziam quando ocupadas.

Na contratação e computadores IBM, houve a necessidade de se adequar a perfuração de uma codificação Francesa operada em um computador GAMA30 para a codificação dos caracteres em HOLLERITH – IBM. Esta modificação (na perfuração) foi efetuada pelos técnicos residentes da Celepar que atendiam as máquinas BULL.

Nesta época houve a implantação do sistema IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária) e com o advento, a necessidade de contratação de grande número de perfuradores.

A próxima etapa desta evolução da perfuração de cartões para a gravação dos dados em fitas magnéticas magnéticas, ocorreu em 1972. Contratou-se uma empresa de São Paulo com os equipamentos de marca Inforex e iniciou-se a migração de cartão para fita magnética. Este contrato foi através de “LEASING”.

Foi uma fase difícil, a passagem muito brusca de um procedimento para outro. Nossas cabeças não estavam preparadas para este tipo de evolução, mas fomos em frente.

Iniciamos a fase de implantação com técnicos e instrutores nos auxiliando em tempo integral, e nos explicando todos os procedimentos. Tínhamos 1 CPU e 8 terminais, na fase experimental, evoluindo gradativamente até termos 5 CPU's e 58 terminais.

Houve atraso nos serviços, muitas perdas de registro mas, após 5 semanas, estávamos gravando em fitas, abandonando definitivamente a era dos cartões e as máquinas BULL (as quais foram doadas para o Colégio Estadual do Paraná). Ficamos somente com três máquinas IBM, 2 perfuradoras 029 e 1 verificador 059, com contrato por tempo determinado para atender os programadores, perfurando seus cartões de programa (linguagem Cobol e Assembler). Posteriormente estas máquinas foram desativadas e devolvidas à IBM.

Mudamos de sala, aumentou-se a produção e eficiência também. A CELEPAR ampliou o seu quadro de digitadores, passando a atender um número maior de clientes, criando sistemas compatíveis ao seu processamento. Nesta época já estávamos com 150 digitadores, 15 monitores, 3 supervisores em 3 turnos (manhã, tarde e noite).

Com a necessidade de agilização do processo de atendimento aos clientes, criou-se o turno da madrugada. Após duas tentativas não se obtiveram bons resultados. O turno foi dissolvido e os funcionários distribuídos em outros turnos.

Operamos com os equipamentos Inforex por 16 anos, tivemos muitas experiências, durante um certo período sérios problemas de ordem técnica mas, no balanço geral podemos dizer que o Inforex foi um equipamento resistente, que atendeu satisfatoriamente às necessidades do mercado e que deixou saudades. Mas em processamento de dados não se pode pensar em sentimentalismos, é preciso aumentar experiências, acompanhar a tecnologia, e foi o que a CELEPAR fez, partindo para entrada de dados através de microcomputadores.

Investiu criação de um software próprio, com seus analistas, resultando num sistema de EDA. Os monitores da digitação se aperfeiçoaram e o mérito é todo deles na elaboração, criação e implantação das telas para digitação e da parte operacional.

Como toda etapa, iniciamos através de testes efetuados pelos digitadores do turno da noite em vários micros espalhados pela CELEPAR. Estes testes foram do 2° semestre de 1988, até início de outubro de 1989, quando chegaram os micros efetivos do nosso setor de marca Hengesystems (29 micros, sendo 3 com winchester de 20 Mb cada), nos quais passamos para a fase experimental e concretização das mudanças.

A desativação, devolução dos equipamentos Inforex ea adaptação para os micros, já foi mais amena.

Assimilamos as novas atividades, criamos controles, ajustamos procedimentos e até já tivemos experiências com um elemento preocupante desta era que é o VÍRUS em microcomputadores. Hoje, há quase três anos de funcionamento, podemos afirmar que aumentamos a produtividade e qualidade e que em contrapartida o quadro de digitadores foi diminuindo ao que resta hoje: 54 funcionários na nossa divisão e 21 alocados em vários clientes.

Estamos em outros tempos, outros métodos, outra metodologia de trabalho, de cobranças, de reinvidicações e nos perguntamos: Será que ficamos muito aquém ou acompanhamos satisfatoriamente a evolução tecnologia quanto à entrada de dados? Ficaremos nestas 3 etapas distintas? Ou vai haver a 4ª etapa na CELEPAR? A tecnologia nos mostra que está havendo drástica redução destes mecanismos de digitação, as tendências atuais são para leitura ótica, código de barras e outros, e a CELEPAR no contexto do Estado tem o papel de assessorar as atividades meio, modernizar e disseminar as tecnologias.

A nós da digitação cabe, quaisquer que sejam os equipamentos, produzir com qualidade, objetivando atender os interesses do nosso maior alvo que é o cliente.

Colaboradores:
Liana Ruth Fiedler
Ilze Fagundes Lourenço e Arno Rodrigo Muller