Marinheira de primeira viagem ,“perdida em terra (Santa Catarina)”

Autora: Marcia Midori Kobiraki Shinohara

 

Posso assim dizer, “recém-chegada” e tendo minha primeira grande experiência depois de três meses e alguns poucos dias em minha nova casa.

Para quem ouviu dizer que foto é só pegar uma máquina e apertar o botão...

Aqui na Assessoria de Comunicação Social tem um funcionário encarregado de fotografar eventos da empresa, o nosso caro colega Luiz Antonio Boico (quem não o conhece?) que por motivos de saúde, está de licença médica. Não vejo a hora de ele voltar.

Meu primeiro contato com a máquina fotográfica digital foi no dia em que ele havia comunicado que estaria afastado do serviço. Uma aulinha rápida de no máximo 15 minutos, dicas de como trabalhar com ela e algumas instruções básicas.

- Como ligá-la e localização do zoom;
- o lugar indicado para tirar fotos, filmar, ver as fotos, entre tantas outras;
- como descarregar a máquina (isto sem saber se seria necessário instalar o software), como conectar alguns cabos.

Como dizem: a teoria é fácil.

Desconhecia até então o que me aguardaria realmente dali a alguns dias...

A partir daí iniciei uma nova etapa de minha vida profissional. Verifiquei se estava levando comigo o que eu acharia que seria necessário (máquina, cabos, carregador, pilhas, gravador, fitas, cd do programa instalador, etc.).

A viagem na ida foi tranqüila, mas o sufoco não passou. Que correria! Eu aventurar-me deste jeito. Não sabia o quanto é preciso ter jogo de cintura. Peço desculpas a quem eu tive de recorrer tão desesperadamente e pelos atrasos ocorridos nas palestras para que a minha tarefa fosse bem sucedida e resultasse num bom final.

Chegando ao hotel, só havia tempo de tomar um banho rápido e arrumar as ferramentas de trabalho.

Que expectativa! Já no local do evento, corri para fazer a inscrição. Chegou o momento mais esperado, a abertura do evento, apresentações e discursos aqui e ali, querendo ou não, minha mão tremia mais que “vara verde” e meu coração estava saindo pela boca.

A partir daí foi clique para cá, clique para lá...

Chegou o final da abertura e nem tive tempo de dar uma espiadinha nas fotos. O comentário do dia: nossa, como você tirou fotos!

Mal sabia eu que enfrentaria novos desafios no dia seguinte...

Acordei mais cedo e fui conhecer melhor o território inimigo. Havia umas seis salas e mais um auditório que se desdobrava em mais três (sendo um deles reservado para o pessoal do evento).

Os eventos tinham hora para começar e terminar, mas às vezes acontecia algum atraso. Imagine que correria! Um entra e sai de salas e eu pensando, “tirei ou não as fotos, entrei ou não nesta sala”. Poderia dizer que esta experiência para mim seria até uma competição.

No início da manhã decidi tirar fotos dos palestrantes e, sem saber, meu primeiro obstáculo: a máquina estava com a memória cheia. O que fazer? Pensei. Alguém perguntou se eu havia levado um cd e eu tinha levado por precaução apenas um disquete. Agora descobri que existem vários tipos de “memory”. Quais seriam as minha opções, quem sabe um ftp? Saí na correria para achar alguém que pudesse me auxiliar nesta tarefa. Encontrado. Próximo passo: quem teria acesso? Tarefa cumprida. Pensa que acabou? No início da tarde, pela falta de prática, tive de enfrentar uma nova fase, a bateria precisava ser carregada. Qual a saída? Interrompi a sessão de fotos e saí correndo para continuar após uns quinze minutos até o final da tarde. O que seria de mim se eu não tivesse o apoio, paciência e muita compreensão dos participantes do evento, a quem eu agradeço novamente e principalmente aos funcionários da Celepar, que entenderam e contribuíram, e muito, para o sucesso desta missão. O que eles fizeram por mim não tem preço. Pois além de pedir uma mão, era o pacote completo, mãos, braços, pernas e mais um pouco.

Para minha sorte havia no local um estande com laptop’s com acesso à Internet. Um presente dos deuses.

Último dia, novamente, novo ftp. Já no início da manhã procura-se desesperadamente o analista. Memória cheia, novamente. Finalmente encontrei-o. E qual não foi então a minha surpresa! Enquanto aguardava o final do ftp, fui rapidinho tirar uma foto e neste meio tempo, “surprise”, aconteceu alguma coisa que até agora não sei dizer o que foi. Fui informada que provavelmente esta tentativa não tinha tido o sucesso da primeira conexão. O que fazer então? Para minha sorte havia levado outra máquina fotográfica particular, para registrar as belas recordações que haveriam, com certeza. Porque!!! Usei mais umas oitenta fotos. Aí, entre esse vai e vem, encontrei um grupo de colegas e ouvi um comentário jocoso: “qual é a relação que existe entre máquina fotográfica e japonês”? (risos) Por coincidência, sou japonesa.

Enfim, se houver outras oportunidades, estou evoluindo e estarei um pouco mais preparada para os futuros degraus que terei de subir. Tive o prazer de dividir os conhecimentos dos amigos e a experiência foi muito válida, pois dentro de cada um deles existe um ser humano desconhecido ou conhecido que sempre vem à tona quando o próximo necessita. Este flagrante foi uma forma que encontrei de registrar e dedicar e até de eternizar estes momentos únicos/exclusivos/inesquecíveis.

Muito obrigada.

Obs: este texto, sem brincadeira nenhuma, foi escrito no dia 11/10/2004, às 05h15’.