Sociedade do conhecimento - impactos para o futuro
 “As atividades que ocupam o lugar central das          organizações não são mais aquelas que visam          produzir ou distribuir objetos, mas aquelas que produzem e distribuem          informação e conhecimento”.
Peter Drucker 1.
O conhecimento tornou-se um dos principais fatores de superação          de desigualdades, de agregação de valor, criação          de emprego qualificado e de propagação do bem-estar. 
Na Sociedade do Conhecimento, as mudanças e as inovações          tecnológicas ocorrem em um ritmo tão acelerado que, além          dos fatores tradicionais de produção, como capital, terra          e trabalho, é fundamental identificar e gerir de forma inteligente          o conhecimento das pessoas nas organizações. Esta nova era          pressupõe uma imensa oportunidade de disseminar democraticamente          as informações, utilizá-las para gerar conhecimento          que leve em direção a uma sociedade mais justa. Sendo assim,          pressupõe-se que é necessário dar continuidade nos          estudos e ao mesmo tempo repassar o aprendido para a sociedade.
De acordo com Lucci, a humanidade está vivendo na Era Pós-industrial,          um novo mundo, onde o trabalho físico é feito pelas máquinas          e o mental, pelos computadores. Nela cabe ao homem uma tarefa para a qual          é insubstituível: ser criativo, ter idéias2.
A partir deste ponto será feito um pequeno ajuste, o termo Era          Pós-Industrial será substituído por Sociedade Pós-Industrial.
Analisando profundamente o assunto, acredita-se estar vivendo em uma fase          de transição, onde se constata uma maior proximidade da          Sociedade do Conhecimento do que da Sociedade Pós-Industrial.
A Sociedade Industrial, que iniciou em 1750 e durou aproximadamente 200          anos, tinha por objetivo produzir no menor tempo possível e com          o menor número de tarefas possíveis.
 A Sociedade Pós-Industrial iniciou com o aparecimento          das indústrias, com o aumento da expectativa de vida das pessoas,          com o constante crescimento da tecnologia.
O grande diferencial da Sociedade Pós-Industrial, segundo Lucci,          foi o crescimento no setor de serviços que absorveu cerca de 60%          da mão-de-obra total, ultrapassando a indústria e a agricultura          juntas, pois o trabalho intelectual é muito mais freqüente          que o manual e a criatividade mais importante que a simples execução          de tarefas2. Na Sociedade Industrial o objetivo é a          produção e a padronização.
Na Sociedade do Conhecimento o que mais vale é o capital humano,          o que os funcionários das empresas conhecem, o seu know-how, que          cada um pode repassar para os demais dentro da empresa. Quando este conceito          é projetado para fora das empresas verifica-se que os indivíduos          estão cada vez mais exigentes e em busca de “produtos”          que proporcionem algum benefício, que possuam um valor e não          preço. Isso faz com que o conhecimento seja a principal matéria-prima          das empresas. 
Atualmente o trabalho, que deveria ser algo prazeroso, com o objetivo          de também contribuir de alguma forma com a sociedade, tornou-se          sinônimo de ambição, “não estamos trabalhando,          fazemos nosso trabalho”, o que isso quer dizer? Isto significa que          a busca é unicamente por resultados pessoais ou para empresa, assim          a vida e o conhecimento ficam em segundo plano, pois o indivíduo          está buscando apenas a satisfação material. 
Com estas atitudes é visível o enfraquecimento da sociedade, pois ao invés de disseminar o conhecimento, está ocorrendo a sua elitização, onde poucos têm acesso à informação. Um exemplo é o analfabetismo digital no Brasil.
 Qual a porcentagem de pessoas que possuem acesso à          Internet no Brasil? Para responder estas questões, ou melhor, para          solucionar esse problema, diversos paradigmas devem ser quebrados. O perfil          individualista deve ser exterminado e deve ser criada a cultura de “compartilhadores”          do saber.
Na Sociedade do Conhecimento é necessário saber como compartilhar          as informações, como usufruir o conhecimento como um todo,          não apenas para benefício próprio. É necessário          deixar de lado a preocupação de fazer algo rápido          e em grande escala, e sim aprender como fazer o trabalho transformar-se          em informação e distribuí-lo para a sociedade como          forma de conhecimento, visando o enriquecimento pessoal através          deste compartilhamento, pois como o mundo não para de girar, a          cada momento está oferecendo novas oportunidades e descobertas          que precisarão ser compartilhadas para se tornarem eternas. 
O que deve ficar claro na mente das pessoas é que nos próximos          anos o conhecimento será o “carro chefe” para o sucesso,          mas não o conhecimento individual somente, mas sim aquele que for          compartilhado com a sociedade.
Referências
1. DRUCKER,P. F. Sociedade pós-capitalista. 7.ed. Rio de Janeiro:          Campus, 1999. 208 p.
2. LUCCI, E. A. A era pós-industrial: a sociedade do conhecimento          e a educação para o pensar. Disponível em: <http://www.hottopos.com/vidlib7/e2.htm>.          Acesso em: 09 jun. de 2003.


