UM FUTURO MAIS DO QUE PRESENTE

Autor: Eloir José Sbalqueiro

Discutir tendências num mercado em constante mutação como o da informática não deixa de ser, até certo ponto, um pouco temerário. Afinal, aquilo que se fala em tecnologia de ponta neste momento, no seguinte deixa de ser. E assim caminha não a humanidade, mais sim a informática. A passos largos, largos até demais para uma sociedade que ainda não absorveu os ditames da era da informação.

Na condição de executora da política de informática do governo do Paraná, a Celepar resolveu colocar no mesmo espaço físico três grandes fornecedores, concorrentes entre si, para debaterem o futuro da informática. Microsofot, IBM e Oracle, participaram na última quinta-feira (06) do Fórum "Discutindo tendências II", realizado no auditório do Serpro, para uma platéia de quase 100 pessoas.

Ganhos

Na abertura, o presidente da Celepar, Francisco Krassuski, deixou clara a intenção da empresa com eventos desta natureza. O objetivo, segundo ele, é permitir um maior conhecimento sobre as tendências do mercado, para que o governo adote soluções que levem em consideração a evolução tecnológica.

Krassuski disse que no Paraná toda a aquisição de informática está diretamente relacionada com a política do governo. Um exemplo são os Jogos Mundiais da Natureza. "Os recursos aplicados em informática estavam condicionados a uma diretriz, no caso o Projeto Costa Oeste", destacou o dirigente.

O secretário executivo do Conselho Estadual de Informática e Informações - CEI, Jacson Carvalho Leite, falou também na abertura. Ele citou a integração entre as ações de informática no estado, onde em cada órgão público existe um núcleo de informática, responsável pela execução e implantação do plano setorial de informática, depois de analisado e aprovado pelo CEI.

E-Business

O especialista de sistemas do grupo netware computer solution da IBM, Alexandre Dietrich, começou dizendo que a Internet está "revolucionando" os modelos computacionais, o que, segundo ele, implica numa transformação no modo das empresas fazerem seus negócios.

Dietrich falou sobre "Making e-business real", afirmando que o e-business é mais do que comércio eletrônico. "É o relacionamento entre clientes, vendedores, fornecedores, parceiros... Engloba Internet, Intranet e Extranet", disse ele.

Para o representante da IBM, o e-business veio para tornar as empresas "virtuais, eletrônicas", o que vai melhorar a competitividade, estender o alcance, aumentar a velocidade "time to market", além de propiciar maior renda e lucro. Alexandre Dietrich considera o e-business um diferenciador para a sobrevivência das empresas em um mundo conectado.

Network Computing

A evolução que vem ocorrendo na web, que passou da publicação estática das páginas, para páginas dinâmicas e agora está no estágio de transações escaláveis, suporte à decisão e comércio eletrônico, foi tratada pelo gerente de desenvolvimento de negócios da Oracle, Fernando Eduardo Alves, na sua palestra sobre "Network Computing Architecture". Esta arquitetura, conforme o fornecedor, unificará os ambientes Client/Server, web e objetos distribuídos.

Alves abordou as mudanças tecnológicas e os impactos que elas trarão aos negócios rumo a era da computação baseada em rede. Ele classificou Network Computing como um novo modelo de computação, cuja arquitetura vai reduzir a complexidade de trabalho por parte do usuário.

De acordo com Fernando Alves, a proposta da Oracle para Network Computing, onde toda a informação deve estar disponível em rede pela junção dos vários computadores, é uma redução de custos com a aquisição de equipamentos simples, os Network Computers (NCs) e a escolha de padrões abertos de fornecedores e softwares operacionais. "O NC deverá ser tão comum como a TV e o telefone", finalizou o palestrante.

Custos nas Corporações

Devido aos custos crescentes na área de informática e a necessidade de uma administração em informática mais controlada por restrições orçamentárias, a Microsoft apresentou, através de seu system engineer Antônio Moraes, suas novas ferramentas desenvolvidas por ela e por parceiros especialmente para esse fim.

Moraes enfocou que muitas empresas estão agora dirigindo suas atenção para a redução do custo total da propriedade (TCO), e a solução da Microsoft é a contínua estratégia baseada em clientes do Microsoft Windows. Essa estratégia é sustentada no momento por dois fatores importantes: a iniciativa "Zero Administration" para Windows (ZAW) e o Network PC Specification.

Segundo Moraes, a iniciativa "Zero Administration" para Windows é um componente chave na estratégia de clientes, pois refere-se a um conjunto de tecnologias básicas que fornece aos profissionais de tecnologia da

informação novos níveis de controle e gerenciamento para os ambientes baseados em Windows. Por exemplo, ele automatiza tarefas tais como atualizações de sistema operacional e instalação de aplicativos.

Já o Network PC é o mais novo membro da família PC, não uma substituição, que permite que fornecedores de PC criem sistemas totalmente funcionais com base em arquitetura Windows e Intel que reduzam o custo de propriedade de PCs. De acordo com Antônio Moraes, o Network PC serve como um complemento para investimentos existentes de empresas na plataforma PC, fornecendo a combinação ideal de expansão e custo reduzido, enquanto mantém compatibilidade total com PCs com base em Windows.

Próximo

Para a coordenadora do fórum, Sara Fichman Raskin, gerente de prospecção tecnológica da Celepar, a qualidade dos palestrantes, aliada ao temário abordado e, principalmente o interesse do público presente, foram ingredientes responsáveis pelo que ela chamou de "êxito do evento". A idéia da Celepar é realizar a terceira edição do fórum no mesmo período do próximo ano.