Uma Lagoa de Marrecos
Autores: Pedro Luis Kantek Garcia Navarro
O fato que aqui vai se narrar aconteceu em 85 ou 86, durou exatos 17 dias, mas foi uma experiência sempre lembrada com carinho e que marcou todos que dela participaram.
O CENÁRIO
O microcomputador é um desconhecido. A CELEPAR adquire os primeiros, ainda 8 bits. O Wordstar 2.10 é a última palavra em matéria de software. As pessoas vêm ao 4°andar conhecer de perto esta maravilha de miniaturização.
PREPARANDO O GOLPE
Havia necessidade imperiosa de pôr os micros entre sí, visando a emulação de terminais. Em uma iniciativa pioneira, um dos nossos analistas escreve um programa que interliga dois micros através de uma porta serial. Um programa carregado neles, faz a troca das mensagens.
Aí, alguém mais brincalhão sugeriu: vamos esconder um dos dois micros e dizer que o operador está conversando com a máquina (ao invés de conversar com o outro operador oculto).
O GOLPE
Aos poucos, o grupo que trabalhava no andar começou a comentar discretamente a existência de um programa de inteligência artificial, capaz de responder qualquer pergunta, em qualquer idioma.
A notícia se espalhou, e os curiosos começaram a aparecer. Sempre que alguém ia ver o programa, alguém corria até a sala do lado, e o crédulo espectador era convidado a conversar com o micro, obviamente ignorando que na verdade quem lhe respondia era uma pessoa escondida na outra sala.
As mensagens eram cuidadosamente selecionadas, a fim de dar a impressão de serem geradas via programa e não, digitadas na hora.
A FAMA
Alguns viam e não acreditavam, mas muitos saíram jurando que estavam vendo uma maravilhada engenharia de software.
Breve começou a aumentar a romaria de gente querendo ver o programa. Para cada um que chegava, circulava a mensagem por todo o andar”...caiu mais um pato...”
OS CAMPEÕES DA CREDULIDADE
Um chegou e foi logo escrevendo um palavrão. A resposta imediata do programa foi “Por favor, mantenha o nível alto como você o encontrou.”
Essa pessoa não conseguiu entender como o programa (sic) entendeu o palavrão.
Outro (um nissei), começou o diálogo em português, mas inesperadamente mudou o idioma para japonês, afinal a propaganda dizia que o programa respondia qualquer coisa. Pânico nos que assistiam a cena. Resposta do programa: “Pausa para troca dos bancos de memória”, enquanto saiam todos atrás da Regina Murasse, que na época trabalhava conosco e sabia falar japonês. Poucos minutos depois,... o programa respondeu em japonês.
Num dia, um usuário ficou impressionadíssimo e praticamente exigiu uma cópia do programa.
O autor olhou para uma pilha de 1,5 m de listagem usada (lixo) e disse”...impossível, o programa não cabe em disquetes, olha só o tamanho da listagem do fonte...”. Isto calou o solicitante.
O FIM DO GOLPE
Quando a fama começou a se espalhar, o grupo desativou o programa. Os que vieram ver o fenômeno depois, foram informados de que o mesmo não estava mais instalado. Alguns, ficaram com a pulga atrás da orelha por muito tempo.
O fato que aqui vai se narrar aconteceu em 85 ou 86, durou exatos 17 dias, mas foi uma experiência sempre lembrada com carinho e que marcou todos que dela participaram.
O CENÁRIO
O microcomputador é um desconhecido. A CELEPAR adquire os primeiros, ainda 8 bits. O Wordstar 2.10 é a última palavra em matéria de software. As pessoas vêm ao 4°andar conhecer de perto esta maravilha de miniaturização.
PREPARANDO O GOLPE
Havia necessidade imperiosa de pôr os micros entre sí, visando a emulação de terminais. Em uma iniciativa pioneira, um dos nossos analistas escreve um programa que interliga dois micros através de uma porta serial. Um programa carregado neles, faz a troca das mensagens.
Aí, alguém mais brincalhão sugeriu: vamos esconder um dos dois micros e dizer que o operador está conversando com a máquina (ao invés de conversar com o outro operador oculto).
O GOLPE
Aos poucos, o grupo que trabalhava no andar começou a comentar discretamente a existência de um programa de inteligência artificial, capaz de responder qualquer pergunta, em qualquer idioma.
A notícia se espalhou, e os curiosos começaram a aparecer. Sempre que alguém ia ver o programa, alguém corria até a sala do lado, e o crédulo espectador era convidado a conversar com o micro, obviamente ignorando que na verdade quem lhe respondia era uma pessoa escondida na outra sala.
As mensagens eram cuidadosamente selecionadas, a fim de dar a impressão de serem geradas via programa e não, digitadas na hora.
A FAMA
Alguns viam e não acreditavam, mas muitos saíram jurando que estavam vendo uma maravilhada engenharia de software.
Breve começou a aumentar a romaria de gente querendo ver o programa. Para cada um que chegava, circulava a mensagem por todo o andar”...caiu mais um pato...”
OS CAMPEÕES DA CREDULIDADE
Um chegou e foi logo escrevendo um palavrão. A resposta imediata do programa foi “Por favor, mantenha o nível alto como você o encontrou.”
Essa pessoa não conseguiu entender como o programa (sic) entendeu o palavrão.
Outro (um nissei), começou o diálogo em português, mas inesperadamente mudou o idioma para japonês, afinal a propaganda dizia que o programa respondia qualquer coisa. Pânico nos que assistiam a cena. Resposta do programa: “Pausa para troca dos bancos de memória”, enquanto saiam todos atrás da Regina Murasse, que na época trabalhava conosco e sabia falar japonês. Poucos minutos depois,... o programa respondeu em japonês.
Num dia, um usuário ficou impressionadíssimo e praticamente exigiu uma cópia do programa.
O autor olhou para uma pilha de 1,5 m de listagem usada (lixo) e disse”...impossível, o programa não cabe em disquetes, olha só o tamanho da listagem do fonte...”. Isto calou o solicitante.
O FIM DO GOLPE
Quando a fama começou a se espalhar, o grupo desativou o programa. Os que vieram ver o fenômeno depois, foram informados de que o mesmo não estava mais instalado. Alguns, ficaram com a pulga atrás da orelha por muito tempo.